2024-02-27

Partilhamos alguns textos de apreciação crítica de obras científicas apresentadas na sessão Ler e Falar Ciência


Das palavras às partículas: uma crítica quântica





A Mecânica Quântica explicada a quem pensava que nunca a perceberia é uma obra que oferece uma abordagem dinâmica e acessível à complexa teoria da Mecânica Quântica.

O autor, Luís M. Aires, doutorado em Ciências, apresenta de forma clara e objetiva conceitos desafiadores que desafiam o leitor, orientando-o através das complexas teorias do campo da Física. A "aula" em forma de livro está bem planificada, começando com os fundamentos e passando para conceitos mais avançados sem comprometer a compreensão dos mesmos.

Uma das principais qualidades do livro é a sua capacidade em traduzir a linguagem técnica da Mecânica Quântica para uma linguagem mais acessível, apesar de, por vezes, recorrer em excesso ao texto escrito, quando seria fundamental explicar alguns conceitos da Física de forma clara. As analogias, metáforas, ilustrações e até minijogos utilizadas pelo autor são eficazes na representação de princípios abstratos, permitindo ao leitor perceber conceitos mais elaborados de uma forma científica. Mesmo que, eventualmente, não se perceba algo à primeira, o livro apresenta um glossário bem como notas de rodapé que facilitarão a leitura.

Além disso, o livro não se cinge apenas à teoria, mas também explora as implicações filosóficas e as aplicações práticas da Mecânica Quântica, embora pouco frequentes, o que seria algo que facilitaria o processo. Não obstante, essa abordagem enriquece a experiência de leitura, pois relaciona os conceitos abstratos a episódios concretos da vida de qualquer leitor.

Em conclusão, este livro é uma ótima contribuição para o conhecimento de quem pretende aventurar-se, pela primeira vez, na área da Mecânica Quântica. A simplificação de conceitos complexos, combinada com uma abordagem abrangente, tornam este livro muito recomendado para qualquer leitor que pretenda conhecer o mundo da Física Quântica.



Fábio Silva Nº9
Marco Bernardo Nº21
12º CT4


Como desempatar uma corrida com um raio de luz e ganhar…




O livro O Tempo e o Espaço do tio Alberto constitui uma fascinante pesquisa na complexidade mundo da Física Moderna. Esta obra foi escrita pelo autor de renome Russell Stannard e publicada em novembro de 1991, prometendo uma análise simples da Teoria ( da Relatividade, claro!) que revolucionou a nossa compreensão do tempo e do espaço.

A estrutura do livro é ímpar e impressiona, visto que apresenta uma progressão lógica que orienta o leitor, desde os fundamentos mais elementares até às ideias mais complexas sobre a Relatividade Restrita. Os capítulos estão devidamente organizados, ao logo dos quais os conceitos científicos são apresentados separada e gradualmente, facilitando, assim, a compreensão de conceitos mais desafiantes.

Refira-se que o autor revela mestria e habilidade na forma como comunica os princípios físicos , explorando-os detalhadamente em função da sua aplicação no quotidiano. Da mesma forma, a interligação entre a teoria e as suas aplicações práticas é subtilmente estabelecida, contribuindo para a compreensão mais aprofundada sobre a importância desses fenómenos no mundo real. Deste modo, apesar do livro ter sido pensado e direcionado para um público infanto-juvenil, não deixa de apresentar os conteúdos mais complexos sobre a Relatividade Restrita. Deste modo, motiva também para a leitura todos os leitores menos familiarizados com a Física Teórica, mas que sentir-se-ão desafiados a desvendar problemas mais densos.

No entanto, embora este livro apresente algumas imagens, deveria conter mais elementos visuais, tais como diagramas ou gráficos explicativos, na medida em que estes poderiam facilitar a compreensão de conceitos mais abstratos, mais facilmente acessíveis a um público mais vasto.

Em suma, O Tempo e o Espaço do tio Alberto (Einstein!) é, sem dúvida, uma obra que contribui significativamente para a divulgação científica. Esta publicação não se limita a informar, mas também promove a curiosidade intelectual, inspirando os leitores a questionarem não apenas o que sabem, mas também a explorarem o que ainda está para ser descoberto.

Em última análise, a obra transcende as suas páginas, deixando uma marca duradoura na mente e no coração daqueles que se aventuram em sua exploração.



Eduardo Firmino
Sofia Balseiro 
12º CT4




A Teoria de Tudo’’ e a genialidade  de Hawking

 




           



O livro A Teoria de Tudo: a Origem e o Destino do Universo, de Stephen Hawking, é uma obra de divulgação científica, na área da astrofísica, que aborda os principais conceitos da Física moderna, com especial enfoque na origem e no destino do Universo. O livro, lançado em 2002, está dividido em Sete Lições, que abordam temas como a História da Cosmologia, a Teoria da Relatividade Geral, a Teoria Quântica, Buracos Negros e o Big Bang.


Esta obra foi escrita, no geral, de forma clara e acessível, mesmo para leitores sem formação científica. Hawking utiliza analogias e exemplos simples para explicar conceitos complexos, como a singularidade do Big Bang ou a Curvatura do espaço-tempo. O livro apresenta uma leitura fascinante e enriquecedora para qualquer pessoa interessada pela Ciência. Oferece uma visão abrangente dos principais avanços da Física Moderna e é uma excelente introdução para quem deseja saber mais sobre o Universo. Por outro lado, a compreensão de alguns conceitos mais complexos pode ser difícil para leitores sem conhecimentos científicos prévios e as ‘lições’ são demasiado extensas. Deste modo, o sugere-se a inclusão de um Glossário dos termos científicos mais complexos para facilitar a sua compreensão. A subdivisão das ‘sete lições’ , a existir , poderia constituir um meio para que a leitura se tornasse menos cansativa.


A citação selecionada pelo nosso grupo de trabalho, por ser considerada mais cativante é a que conclui a obra: “No entanto, se descobrirmos uma teoria completa, por fim todos nós, e não apenas alguns cientistas, seremos capazes de a perceber na sua generalidade. Nessa altura todos seremos capazes de participar na discussão das razões por que o universo existe. Se descobrimos a resposta a essa questão, teremos obtido o triunfo máximo da razão humana. Porque então conheceremos a mente de Deus”. Esta escolha deve-se ao facto de a mesma ser bastante direta e, ao mesmo tempo, profética e misteriosa, o que confere ao livro uma “mística” especial.


Em termos paratextuais, a capa e a contracapa estão bem elaboradas, sendo simples, mas objetivas. A lombada tem a informação requerida e as badanas têm toda a informação relevante sobre o livro. Especificamente, a badana esquerda apresenta várias apreciações críticas (positivas), enquanto que na direita se apresenta uma breve biografia do autor.


Em suma, A Teoria de Tudo: a Origem e o Destino do Universo é uma obra de grande valor para a divulgação científica. É uma excelente introdução para quem deseja saber mais sobre o Universo, e apresenta uma leitura fascinante e enriquecedora para qualquer pessoa interessada em ciência.


João Raposo

João Matias

12º CT4



Ler e falar ciência

 




“Ler e Falar Ciência”: o universo dos livros e da descoberta científica 

 

 

Por João Raposo, 12º CT4



          No passado dia 10 de janeiro, os alunos de 12º ano da turma CT4 apresentaram os seus trabalhos no âmbito do projeto “Ler e Falar Ciência”. Esta atividade foi realizada em contexto interdisciplinar e envolveu os alunos e as professoras de Física e de Português.

As apresentações orais decorreram na biblioteca da Escola Secundária de Caneças, durante a manhã, tendo tido como interlocutores alunos de 10.º e 11.º anos dos Cursos de Ciências e Tecnologias.

 A atividade foi realizada com o intuito de divulgar a mística da Física Teórica e Experimental, com destaque para os seus factos interessantes e descobertas revolucionárias. Teve também como objetivo explorar outros conceitos científicos para além daqueles que são abordados no currículo escolar, de forma a cativar os alunos mais novos para este “mundo” muito amplo e fascinante.
      Foram destacados livros de vários autores, tais como Stephen Hawking, Carlos Fiolhais e Russell Stannard, físicos muito conceituados cujos estudos têm sido premiados. Deste modo, todos os intervenientes no projeto “Ler e Falar Ciência” puderam contactar com a verdade científica dos conceitos abordados, o que contribuiu para a validação das teorias apresentadas.

Os alunos realçaram a importância destas e de outras atividades em contexto escolar, visto que conferem uma dinâmica que cativa os jovens e os ajuda a descobrir e a explorar novos horizontes, no âmbito do estudo da ciência.

2023-07-28

Despedida

 



Quem fala de partir, de despedidas...
Quantas vezes parti na minha vida,
me despedi de vez de gente e de lugares
a que voltei para encontrá-los outros...
Nem contar posso. E às vezes despedir
foi só pisar com vã melancolia
as ruas de cidades onde não deixava
ninguém que me lembrasse. Às vezes foi
apenas receber por um relance vago
a imagem de um recanto ou de uma luz
iluminando nevoentos muros...
Não muitos terão tido a vida inteira
esta febre de andar por vários mundos
buscando ansioso o nada nosso e deles
que ao menos nada finge em gente e coisas...
E não terão, portanto, na memória
o tanto haver partido para longe,
para saberem que se parte sempre,
e não se volta nunca. O mesmo amor
que fiel aguarda o regressarmos não
é o mesmo já, mesmo se mais ardente
sob os cabelos que lhe são mais brancos.


Londres, 15/3/1973
Jorge de Sena, Poesia 2, edição de Jorge Fazenda Lourenço, Lisboa, Guimarães, 2015,
pp. 726-727
in https://folhadepoesia.blogspot.com/2019/07/quem-fala-de-partir-de-despedidas-jorge.html

Termino aqui, com uma fotografia do jardim da nossa biblioteca neste Verão, por enquanto temperado, e com este belo poema de Jorge de Sena 
em natureza e com mais uma leitura acordada: boas motivações para a vida.
jn

2023-06-12

Às Avessas

 




Já saiu o Às Avessas do segundo semestre. Jornal pensado por um corpo redatorial estudantil, coordenado pela biblioteca, apresenta «trabalhos que saíram da rotina e que convidaram à criatividade, notícias sobre exposições e concursos realizados, textos sobre a nossa participação no Parlamento dos Jovens, visitas de estudo diferentes, como a visita aos Açores ou as viagens sustentáveis do 11.ºT, atividades, enfim, que evidenciam uma escola viva, da qual, de uma aula, pode surgir um inquérito sobre a Europa, ou uma reflexão sobre a escravatura no nosso tempo. Mais, ainda, continuando a pensar a escola, fazemos o balanço do trabalho com a Associação de Estudantes eleita, apresentamos um testemunho sobre as mentorias, atividade que iniciámos com sucesso no ano passado, e refletimos sobre os critérios de avaliação do Agrupamento» (do Editorial).

O jornal é em papel, mas tem uma edição online que pode ser acedida aqui.

2023-05-30

Textos para a paz



Publicamos aqui ao lado, em Textos para a paz, uma antologia de poemas e de textos de ficção sobre a paz que
, no âmbito do MIBE 2022, fomos apresentando durante outubro de 2022.

Literatura pela paz, os textos não deixam de nos falar sobre a guerra, das suas consequências trágicas, dos seus absurdos. São, assim, conteúdos úteis para serem usados como trabalho em aula, mas também aquilo que nunca deixam de ser: espaços para a reflexão individual e para a fruição da qualidade que deles emana.


2023-05-09

SEMANA DAS LÍNGUAS E DAS ARTES

 Recebemos na biblioteca, no âmbito da Semana das Línguas e das Artes, trabalhos que os alunos do 8.º e do 9.º ano realizaram em Educação Visual e em Oficina de Comunicação e Expressão e nas diversas línguas estrangeiras. Salientamos os belos Livros de Arte, livros-objeto sobre as vanguardas artísticas do século XX, realizados pelas turmas do 9.ºano e os livros ilustrados Mar Me Quer e Raízes, de Mia Couto, concebidos pelos alunos das turmas A, B e C do 8.ºano, bem como as ilustrações do conto de Mário Dionísio, Assobiando à vontade pelos alunos do 8.ºH.











2023-04-28

Ouvir-te Ler - a festa da leitura

No dia 26 de abril, realizámos a sexta edição do concurso Ouvir-te Ler, festa da leitura em voz alta que reúne alunos de todas as escolas do nosso Agrupamento. É uma iniciativa dos departamentos de Português e do 1.ºCiclo e das bibliotecas do Agrupamento. 

O júri define o vencedor de cada ciclo e, pela primeira vez, este ano, o melhor leitor estrangeiro de língua portuguesa, uma vez que também participaram, com grande alegria nossa, alunos de Português Língua Não Materna. 

Ler em voz alta num auditório para um público que já não é só o da sala de aula não é fácil, e também por isso todos os finalistas do concurso estão de parabéns.

Os finalistas do 1.ºCiclo

Os finalistas do 2.ºCiclo

As finalistas de Português Língua Não Materna

Os finalistas do 3.ºCiclo 
Os finalistas do Ensino Secundário





Os vencedores

Além dos alunos do 11.ºT, do curso profissional de Técnico de Turismo que foram convidados a organizar este evento, o que fizeram com o empenho de sempre, tivemos também a participação dos alunos do curso profissional de Técnico de Ação Educativa, que nos ofereceram umas canções muito a propósito. Agradecemos muito aos alunos e às professoras responsáveis pela participação nesta festa dos alunos de Turismo e de Ação Educativa, respetivamente,  Fernanda Conceição e Joana Maurício.





2023-04-20

A leitura continua!

Decorreu hoje, no Colégio Militar,  a fase intermunicipal de Lisboa do Concurso Nacional de Leitura.
 

Mais uma vez, estivemos representados por uma aluna do secundário, desta vez, como noticiámos antes, pela Diana Tavares do 10LH3. 
Auditório cheio de jovens leitores dos quatro ciclos de ensino, mostrando como o o livro também pode ser motivo para uma festa.



 

2023-04-03

#semanadacultura2023 / Ler ciência

 

Publicamos as recensões de livros científicos ou de divulgação científica realizados no âmbito do projeto Ler Ciência pelos alunos do12CT4.
Este projeto resulta de uma parceria da biblioteca com a disciplina de Física, este ano também com a disciplina de Português, tendo os alunos comunicado as suas leituras nos dias 20 e 27 de março, coincidindo a segunda manhã de apresentações com a semana da leitura.






Neil de Grasse Tyson e Donald Goldsmith, Origens

 Lisboa: Desassossego, 2019

A obra “Origens” foi escrita por Neil deGrasse Tyson e Donald Goldsmith e publicada na língua portuguesa em 2019 pela editora Desassossego, tendo sido traduzida por Pedro Carvalho e Guerra, possuindo cerca de 288 páginas. O tema principal da obra é a história da origem do universo, daí o título “Origens”.


 A obra inicia-se com um prefácio que procura ajudar o leitor a refletir sobre as origens da ciência e também sobre a ciência das origens, despertando a mente do mesmo.
Para além disso, com o seu prólogo, é introduzida a história que será revelada, de forma resumida, de modo a preparar o leitor para aquilo que será uma quantidade volumosa de informação científica. De seguida, o autor dá início à história, de forma cronológica, abordando as condições iniciais do universo, no entanto, para o fazer de forma eficaz, procura explicar conceitos básicos de física e química quântica para dar a entender aos leitores como a matéria do universo interage entre si. Ao longo da obra, cruzando vários conhecimentos de biologia, geologia, astrofísica e astronomia, o autor segue, na maior parte das vezes esta linha cronológica, falando sobre a formação das galáxias, estrelas, dos planetas e até da vida. Todavia, é possível identificar-se também outra linha de pensamento, visto que o autor explica a origem do universo e de tudo aquilo que está nele inserido numa escala de maior para menor, em termos de dimensão, sendo que começa com o universo e termina ao relatar a origem da vida.
 Apesar da grande complexidade da explicação da história completa do nosso universo, a informação presente na obra é acessível, sendo apresentada de forma clara, simples e eficaz, dando assim a possibilidade de até leitores que não sejam tão cultos naquilo que é a astronomia e a cosmologia conseguirem entender o funcionamento e a história do cosmos.


Ainda assim, é possível que alguns leitores sintam alguma dificuldade de compreensão numa primeira leitura e necessitem de reler alguns excertos de modo a compreenderem totalmente algumas matérias mais complexas.
 Adicionalmente, este livro inclui um glossário, um índice remissivo e também uma lista de leituras complementares, fornecendo, deste modo, todas as ferramentas necessárias para que os leitores possam investigar ou rever conceitos pelos quais sintam mais curiosidade. Para além disso, a presença de inúmeras imagens de alta qualidade de diversas estruturas cósmicas trazem à obra uma maior capacidade explicativa, facilitando a consolidação dos conhecimentos fornecidos ao leitor e até a própria leitura em si.


 Em suma, esta obra atinge o seu objetivo, que é cativar a curiosidade do público sobre o cosmos através da explicação de como chegámos onde estamos hoje ao descrever a história do cosmos, de nós próprios e da astronomia. Dado isto, aconselho a sua leitura a todos aqueles que se sintam curiosos acerca do funcionamento do universo ou da sua origem.

André Branco




Pedro Ferreira, Uma Teoria Perfeita. 

Um século de génios e o debate sobre a 

Relatividade Geral.

Lisboa: Editorial Presença, 2014

 

 

A relatividade geral está no centro de grande parte da pesquisa de Pedro Gil Ferreira. Como tempo, o autor percebeu que a própria história da relatividade geral é uma narrativa fascinante, quase tão complexa quanto a própria teoria. E assim nasceu esta biografia da relatividade geral, que conta a sua grande e abrangente história. É precisamente este percurso, tão rico e cheio de descobertas, que Pedro Ferreira partilha connosco nesta obra, cujo interesse não se limita ao meio científico e académico, mas abrange o público em geral.

Quanto à minha experiência com a leitura, primeiramente estava um pouco apreensivo quanto à obra, pois normalmente não é do estilo literário que mais me cative, porém achei-o interessante na medida que relata, de forma acessível, como os principais avanços foram feitos. A história da relatividade geral é confusa e imprevisível, Uma Teoria Perfeita de Pedro Ferreira é um guia especializado nas voltas e reviravoltas que os cientistas têm feito na busca de compreender o espaço e o tempo, deste modo aconselho a sua leitura a todos os amantes de física, para que desfrutem da imensidão desta teoria “perfeita”.

Rafael Antunes


Carlos Fiolhais e David Marçal, A Ciência e os Seus Inimigos  

Lisboa: Gradiva, 2017


“A Ciência e os Seus Inimigos” é um livro que pretende, para além de dar a conhecer que ao longo dos anos a ciência teve e continuará a ter vários e diferentes inimigos, também exemplificar o objetivo da ciência, que consiste em proporcionar uma sociedade mais livre e aberta como também mais informada num mundo que não seria o mesmo sem ela. Sabemos hoje que maioritariamente os avanços científicos deram um contributo enorme à nossa sociedade e ao nosso estilo de vida, e se assim continuar, o objetivo visa a ser cumprido. Contudo, a ciência continua a ganhar e enfrentar inimigos à medida que o tempo avança e à medida que esta avança com o tempo.

Este é um livro que mostra todas estas questões de maneira a que o leitor também se questione a si próprio – através de interrogações retóricas - sobre determinados assuntos, sendo uma leitura fácil e descomplicada dedicada para aqueles que não têm qualquer tipo de base neste tema como também para aqueles que a enfrentam diariamente.

Desde o título até à última página do livro o humor e o suspense andam de mãos dadas, o que torna o livro menos maçudo e um desejo de descobrir todos os inimigos da ciência. Um livro que sem dúvida responde às dúvidas científicas através dos seus critérios autoexplicativos bem-sucedidos. Para além de novo conhecimento, recebemos deste livro novos alertas que não estamos acostumados a dar tanta importância como as pseudociências.

Teresa Cardoso

 



Luís Aires, A Mecânica Quântica

Lisboa: Sílabo, 2022    


A minha escolha para o projeto “Ler Ciência” foi o livro denominado por “A Mecânica Quântica explicada a quem pensava que nunca a perceberia”, sendo esta obra escrita por Luís Aires e editado pela editora Sílabo.


Para além disto, o autor vai redigir o seu livro de uma forma bastante simples e clara para que as pessoas que não estão dentro do tema consigam entender todas as explicações e deambulações feitas pelo autor ao longo da obra, para facilitar a clareza no seu discurso o autor disponibiliza um glossário no final do livro com a definição dos conceitos mais difíceis e ainda algumas notas de rodapé em algumas páginas.

Terminar por dizer que para aquelas pessoas que pensavam que nunca iriam perceber a mecânica quântica, este livro é um excelente ponto de partida.
Falando um pouco do livro, a mecânica quântica é um ramo da física que prova que a realidade infinitamente pequena é no mínimo surpreendente, onde diversas noções familiares sobre o espaço, o movimento ou a natureza dos objetos parecem ter saído mais da imaginação de um autor de ficção científica, do que do espírito analítico de um cientista. Neste livro partindo da ideia de que qualquer propriedade física está limitada a um conjunto de valores discretos, bem definidos e quantificáveis, não podendo assumir valores intermédios, o autor vai explicando com a ajuda das fórmulas e das leis da mecânica como chegamos a invenções como os lasers e relógios atómicos.
Rodrigo Antunes





Carlo Rovelli, Sete breves lições de Física
 Lisboa: Objectiva, 2015


O livro que escolhi foi o “Sete breves lições de Física” de Carlo Rovelli. Escolhi este livro porque abrange várias teorias e vários temas da física, pelos quais me interesso e os quais considero importantes para o conhecimento geral.


Ao longo de “Sete breves lições da Física”, o físico italiano Carlo Rovelli conduz o leitor numa fascinante jornada pela Física moderna, explorando as suas descobertas mais significativas e mostrando o que ainda é desconhecido. Com uma linguagem clara e poética, Rovelli torna a Física acessível a todos, deixando de ser uma abstração para se tornar parte integrante da vida.


A viagem começa com a teoria da relatividade de Einstein, considerada a mais bela das teorias, que aborda conceitos como tempo, espaço e a compreensão do Universo. Em seguida, Rovelli explora a mecânica quântica, outra teoria fundamental que desvenda o comportamento da matéria. Ele passa por marcos importantes, como a teoria da gravidade, as partículas elementares e os buracos negros, antes de seguir para destinos ainda mais ambiciosos, como compreender de que é feito o espaço, qual é a natureza do tempo, qual é a origem do cosmos e como a mente humana funciona. Ao final das sete lições, o leitor se aproxima inevitavelmente de uma compreensão mais profunda de quem somos e do nosso lugar no Universo.

Em termos gerais, o livro é bem escrito e cumpre o seu objetivo de fornecer uma introdução sucinta e clara aos principais tópicos da física moderna. Rovelli utiliza exemplos do quotidiano para ilustrar conceitos complexos, tornando a leitura agradável e compreensível.

Em geral, "Sete Breves Lições de Física" é uma boa introdução para aqueles que desejam ter uma compreensão básica da física moderna, mas para aqueles que desejam aprofundar, é provavelmente necessário recorrer a outros recursos mais avançados e detalhados.


Rafael Oliveira




Al Gore: Uma Verdade Inconveniente 

Lisboa: Gradiva, 2007



Uma verdade inconveniente, de Al Gore, é um livro dedicado aos jovens, à geração que governará o mundo num futuro próximo. Trata-se de uma conversa, na primeira pessoa, cujo objetivo é alertar-nos para e incentivar-nos a solucionar o grande problema do aquecimento global e o que daí advém. Com a apresentação de dados estatísticos que comprovam cada afirmação do autor, torna-se impossível fechar os olhos a uma situação tão real e tão grave como esta.  

A solução está presente nas mentes da geração Z. Sim, somos nós. Cabe-nos a nós tomar consciência da crise climática e lutar para que as soluções sejam colocadas em prática. Porque, sim, as soluções existem, contudo, e o autor faz referência a este facto muitas vezes, a política e a economia, os principais motores de uma sociedade, desacreditaram informação relacionada com o que as pessoas não podem ver: o impacte climático causado pelas grandes empresas (que têm mais lucro): “Há empresas poderosas que lucram com atividades que agravam o aquecimento global. Pretendem censurar a investigação científica e mascarar a verdade acerca da crise que estamos a enfrentar.” (Gore, 2006).

Recomendo, vivamente, a leitura deste livro a todos, incluindo crianças e adultos. A tomada de consciência é o mais importante passo para a evolução e para o progresso, neste caso, para a preservação do futuro. A linguagem é simples e a leitura rápida, porém dolorosa. A crise é real e, infelizmente, ainda não preocupou as pessoas o suficiente para começarem a agir. O capítulo final é dedicado exatamente à ação. Dois dos inúmeros conselhos passam por evitar comprar comida e outros produtos demasiado embalados e optar por andar a pé ou de bicicleta ao invés de automóvel.

Finalmente, é importante salientar que este livro foi publicado em 2006, há quase 17 anos, pelo que a informação não está atualizada. Quando olharem para os dados lembrem-se disto: se há 17 anos o problema já era tão grave, imaginem como estará o mundo agora.

 Bárbara Magarreiro de Matos







Nuno Maulide e Tanja Traxler, Como se transforma o ar em pão

Lisboa: Planeta, 2021  

 A obra que decidi apresentar para o projeto “ler Ciência” foi Como se transforma ar em pão de Nuno Maulide. Um dos fatores pelo qual escolhi o livro, que foi de uma certa forma para sair da minha zona de conforto (Física) e decidi desafiar-me ao escolher um livro com uma temática diferente. Posso dizer que outro motivo pelo qual decidi trabalhar esta obra foi pelo seu autor que, há algum tempo, vi numa entrevista que acabou por me despertar atenção.

Em relação á obra posso dizer que estou bastante surpreendido, mesmo não sendo muito ligado aos livros, posso dizer que senti uma certa ligação, porque esta obra acaba por não ser uma obra normal, mas sim um caminho que nos mostra tudo o que a Química tem para nos oferecer.

É uma leitura fascinante para quem quer entender melhor a Química do dia-a-dia.

 Os autores apresentam uma série de questões interessantes e curiosas, acompanhadas de explicações acessíveis e bem fundamentadas, que nos ajudam a compreender como a Química está presente em diferentes aspetos do nosso quotidiano.

O livro aborda temas como a composição do ar que respiramos, a química por trás da alimentação e da culinária, e até mesmo a relação entre química e beleza. Os autores conseguem transformar conceitos complexos em informação clara e fácil de entender, tornando a obra acessível mesmo para aqueles que não possuem formação específica na área.

Além disso, a obra é repleta de ilustrações e exemplos práticos, tornando a leitura ainda mais interessante e dinâmica.

Concluindo, "Como se Transforma Ar em Pão" é uma obra que recomendo para todos que desejam ampliar seus conhecimentos sobre Química e entender como essa ciência fundamental está presente em diferentes aspetos do nosso dia-a-dia.

Jorge Ferreira


Kip Thorne, A Ciência de Interstellar  

Lisboa: Relógio d’Água, 2020

 

O livro “A Ciência de Interstellar” foi escrito por Kip Thorne e publicado em português pela editora Relógio d’Água, Lisboa, em 2020, tendo sido traduzido por Rita Carvalho e Guerra. Com este livro, o autor procura mostrar a experiência que teve enquanto participou como conselheiro científico no filme “Interstellar”, tal como explicar os fenómenos desse mesmo filme de um ponto de vista físico.

A obra inicia-se com uma descrição do tempo em que o autor trabalhou no filme “Interstellar” e qual era o seu objetivo durante a produção do mesmo (manter tudo o que acontece durante o filme dentro do reino do possível e acreditável de um ponto de vista científico). De seguida, o autor estabelece alguns conceitos chaves e fundamentos que irá utilizar ao longo da obra, focando-se nomeadamente nas bases das teorias físicas vigentes. Já no restante do livro, o autor vai relacionar tudo aquilo que estabeleceu anteriormente com os diversos fenómenos visíveis durante o filme (Buracos Negros, Wormholes, distorções no espaço-tempo, etc...) para provar que todos os acontecimentos do filme são teoricamente possíveis de um ponto de vista físico.

A informação presente neste livro apresenta-se de forma bastante clara e apesar do seu nível de complexidade crescer, este crescimento é lógico e segue um padrão. Com cada novo capítulo, Thorne procura acrescentar algo àquilo que já fora dito e assim seguir uma linha de raciocínio evidente.

Para além disto, o livro encontra-se repleto de imagens, tanto imagens do filme e imagens reais, como ilustrações e representações, que permitem ao leitor compreender e visualizar com clareza aquilo que o mesmo está a ler. Aliado a isto, o autor vai ao longo da obra fazer referência à parte final do livro onde se encontram algumas notas técnicas (noções a nível de notações e cálculos) e ainda outros livros que complementam a informação apresentada.

Esta obra alcança o seu objetivo, pois consegue mostrar que todos os momentos do filme se baseiam em regras e leis físicas reais, pelo que, mesmo inacreditável, tais fenómenos possam um dia vir a ser reais. A obra reforça também a sua veracidade ao explicar falhas que as imagens possam ter e o motivo dessas mesmas falhas, bem como o modo de as corrigir.

Apesar de isto tudo, a obra requer um grande interesse e algum conhecimento base por parte do leitor quanto aos assuntos abordados, pois sem isto a leitura torna-se maçante, já que as explicações embora simples, são extensas e exaustivas.

Em suma, esta obra é ideal não só para aqueles que visionaram o filme “Interstellar”, mas também para quem se interessa pelos diversos fenómenos que acontecem no espaço. Sendo os conteúdos deste livro apresentados não só de forma clara, como também de maneira a cativar o leitor para procurar algo mais acerca do tema.

 Pedro Gonçalves


Istvam Berkes, A física do quotidiano   

Lisboa: Gradiva, 1992


 
"A física do quotidiano", escrito por Istvam Berkes, é um livro que explora a física por trás dos fenómenos que experimentamos no nosso dia-a-dia. Ao longo do livro, Berkes utiliza exemplos concretos e simples para explicar conceitos complexos da física, tornando o assunto acessível a um público amplo. 

O livro é organizado em capítulos temáticos, abordando tópicos como luz, som, eletricidade e magnetismo, movimento e energia. Cada capítulo apresenta uma série de exemplos que ilustram como esses conceitos se manifestam no nosso dia-a-dia. Por exemplo, o capítulo sobre luz explica como funciona a formação de imagens em câmaras fotográficas, enquanto o capítulo sobre som explora como funciona o sistema auditivo humano. 

Um dos pontos fortes do livro é a sua linguagem acessível. Berkes usa uma linguagem simples e não técnica, evitando complicações da física que poderiam dificultar a compreensão para leitores menos familiarizados com o assunto. Além disso, ele utiliza muitas analogias e exemplos práticos, o que torna o livro muito fácil de ler. 

No entanto, o livro também apresenta algumas limitações. Algumas explicações podem parecer demasiado simplistas para leitores mais experientes ou com formação em física. Além disso, em alguns casos, as explicações podem ser um pouco superficiais e não aprofundar completamente alguns dos conceitos mais complexos. 

No geral, "A física do quotidiano" é um livro interessante e acessível para quem quer entender melhor como a física se manifesta no nosso dia-a-dia. Embora possa ser um pouco simplista para leitores mais experientes ou com formação em física, é uma leitura valiosa para aqueles que procuram uma introdução acessível e divertida ao assunto. 
 

 Tomás Moura


Jean Heidmann, Alfred Vidal-MadjarNicolas Prantzos e Hubert Reeves, Estaremos sós no Universo?

Lisboa: Âncora, 2000  

   A minha escolha para o projeto “Ler Ciência” foi o livro Estaremos sós no Universo?, escrito pelos físicos Jean Heidmann, Alfred Vidal-Madjar, Nicolas Prantzos e Hubert Reeves. Esta é uma obra organizada em quatro entrevistas realizadas por Catherine David, Frédéric Lenoir e Jean-Philippe de Tonnac, entrevistadores franceses, a cada um destes autores. 

 Primeiramente é-nos contextualizado o foco qua a obra vai ter, neste caso, o aparecimento da vida e o lugar do Homem no Universo, de seguida é-nos apresentado cada um dos autores, por fim mergulhamos então no centro de um debate científico escaldante que relança, de uma maneira nova e apaixonada, o questionar eterno sobre o aparecimento de vida e o lugar do Homem no Universo.  

  A 1ª entrevista é feita a Jean Heidmann, sendo, na minha opinião a entrevista mais interessante, não só pelo seu rigor ao abordar temas como: Sinais vindos do céu; A humanidade galáctica… Mas pela sua linguagem simples e explicativa tal como o seu humor que tornam a entrevista intrigante e fascinante.  

 A escolha deste livro foi feita a partir do seu título, que admiro porque sempre me questionei se realmente estaremos sós num universo onde existem as mais variadas formas de material, como planetas, galáxias… Esta tremenda quantidade de planetas faz-me questionar se pode haver um planeta com condições favoráveis ao  aparecimento de vida. E se essa existência de “vida extraterrestre” se assemelha à de nós, humanos, ou se é outra vida completamente diferente daquela que presenciamos. 

 Dado isto, recomendaria a todos, vivamente, a leitura deste livro se por acaso possuírem este interesse tal como eu.  

 Afonso Azevedo



António Brandão Moniz, Robótica e Trabalho: o Futuro Hoje

Lisboa: Glaciar, 2018


No âmbito do Projeto “Ler Ciência”, escolhi o livro Robótica e Trabalho: o Futuro Hoje, de António Brandão Moniz, publicado em Lisboa, Portugal, pela editora Glaciar em 2018. Neste, o autor centra-se na questão das implicações que a automação e a robótica estabelecem no mercado de trabalho atual, bem como nas suas perspetivas futuras. Para tal, António Brandão Moniz expõe a forma como o avanço da tecnologia influencia o mercado e consequente os trabalhadores, empresas e governos.

Através de uma linguagem objetiva e imparcial, é-nos transmitido tanto os aspetos negativos como os aspetos positivos do uso tecnologia, demonstrando que, apesar de poder ser uma ameaça para o emprego humano, esta também pode trazer benefícios. Como forma de justificar os seus argumentos, Brandão Moniz explora as diversas formas que a automação e a robótica podem obter nas diversas áreas, tais como saúde, manufatura e serviços.

Para além de expor a situação atual, o autor defende que, para se aproveitarem de forma positiva estes conceitos é necessário repensar as estratégias governamentais e criar empregos, para assim respeitar o trabalhador, mantendo a evolução.

Posto isto, foi escolhido este livro pelo tema apresentado e por este nos elucidar e fazer pensar nas vantagens e desvantagens da evolução tecnológica. Apesar de certos dados agora se encontrarem descontextualizados, a qualidade científica e a importância do conteúdo mantêm-se relevantes nos dias de hoje, tornando-se um livro importante para aspirantes, investigadores e outras pessoas do meio. Devido a isto pode também dizer-se que é possível a inspiração no tema abordado neste livro para refletir sobre o avanço noutras áreas, uma vez que a questão será sempre a mesma: Esta evolução melhora o mundo em que vivemos e o seu futuro? E se sim, de que forma impacta na sociedade e como protegê-la?

 Eva Metrolho


David Marçal e Carlos Fiolhais, Pipocas com telemóvel e outras histórias de falsa ciência

Lisboa: Gradiva, 2012 


 

No nosso dia a dia estamos constantemente expostos a situações onde algo está classificado como “ciência”, mas que de científico tem pouco. Com o aparecimento das redes sociais e a sua crescente popularidade, tem-se tornado cada vez mais comum as  informações falsas fazerem-se passar por factos científicos.

 O título deste livro remete-nos para uma experiência postada há uns anos no YouTube, com a qual se pretendia demonstrar que a radiação dos telemóveis é tão elevada que seria  capaz de transformar o milho em pipocas. Esta demonstração e os factos científicos que Carlos Fiolhais utiliza para provar a impossibilidade da mesma, juntamente com mais duas histórias de situações de pseudociência, deram o mote ao primeiro capítulo deste livro.

No entanto, não é só de pipocas e telemóveis que trata o livro. Tal como os autores insistem ao longo da obra, a falsa ciência está por todo o lado: na Internet, nos media, no supermercado, nas escolas, na saúde e até na própria ciência.

Para provarem a omnipresença da falsa ciência, os autores refletem, por exemplo, sobre as tentativas de previsão do futuro; o tema das alterações climáticas; os alegados benefícios dos suplementos alimentares; as curas quânticas; a homeopatia e o movimento anti-vacinas; o ensino do desenho inteligente nas salas de aula; a fusão fria e outras fraudes na ciência.

Através de uma escrita clara, que permite a todos os leitores perceberem com relativa facilidade os conceitos científicos apresentados, e com bastante humor, os autores apresentam um livro muito distinto do típico “livro científico" a que estamos habituados. Apelando ao nosso sentido crítico, os autores dão-nos as ferramentas necessárias para identificar futuramente novas situações de pseudociência, ensinando-nos a querer sempre questionar e procurar saber mais!

Este é um livro que, sem dúvida, recomendo a toda a gente, independentemente de possuírem conhecimentos científicos ou não.

A quantidade de “falsa ciência” a que estamos expostos pode influenciar muitas áreas da nossa vida não no melhor sentido. Apercebemo-nos que, quem produz esta falsa  informação, aproveita-se da falta de conhecimento de grandes camadas da população que não têm meios de a  detetar,  sendo muito importante  sensibilizar as pessoas de que estes perigos existem.  

A leitura do livro despertou-me para esta realidade. Certamente, estarei mais atenta a estas situações e não serei tão crédula nem aceitarei tão facilmente as informações das quais que querem convencer.

 Madalena Silva




Christophe Galfard, O universo ao alcance da mão

Lisboa: Relógio D'Água, 2017

A física está repleta de temas extremamente complexos e difíceis de compreender para qualquer tipo de pessoa sem nenhum tipo de formação acerca do assunto. São imensas as pessoas que querem aprender teorias e conceitos acerca do nosso universo, porém, quando confrontadas com as inúmeras fórmulas e vocabulário científico avançado desistem da procura de conhecimento científico devido ao facto de considerarem estes temas demasiado complexos para as suas capacidades.

Com este livro, Christophe Galfard vem desmistificar a ideia da complexidade da  física e vem mostrar a todas as pessoas que é possível aprender todo o tipo de conceitos físicos sem nenhum tipo de conhecimento prévio sobre os mesmos.

"O universo ao alcance da Mão” foi escrito puramente com a intenção de explorar várias teorias e conceitos físicos sobre o espaço e o nosso universo de forma a que ninguém se perca ao ler esta obra, inclusive pessoas sem qualquer conhecimento científico. O autor evita ao máximo utilizar fórmulas, sendo que a única apresentada ao longo da obra é “E=m*c^2” e vai usar também o mínimo de vocabulário científico de forma a que a leitura fique o mais simples possível.

Ao contrário do que acontece na maior parte dos livros de informação científica, este livro apresenta os temas como se o próprio leitor estivesse realmente numa jornada a explorar o universo e a experienciar todos os fenómenos apresentados, concluindo todos os tópicos com uma refleção no que diz respeito à beleza do nosso universo e à imensidão do mesmo. Este livro está divido em sete partes, começando por nos falar sobre o nosso próprio sistema solar e alguns conceitos físicos mais simples, e partindo daí, o grau de complexidade dos tópicos explorados vai aumentando de maneira gradual até chegarmos à última parte onde serão tratados temas muito mais elaborados.

Apesar da simplicidade do léxico utilizado neste livro, não são apresentadas imagens nem esquemas, o que pode tornar a visualização dos fenómenos e teorias mais difícil. Para além disto, as longas descrições e reflexões ao longo da obra, acabam por ocasionalmente, tirar a atenção do leitor em relação aos temas que estão a ser abordados, o que faz com que a assimilação de informação acabe por ser mais complicada.

Em suma, Christophe Galfard leva-nos numa jornada em que o leitor é o protagonista da obra e explora os incríveis fenómenos que ocorrem no cosmos, tudo explicado de uma maneira simples para qualquer um que tenha interesse sobre o universo.

 Tiago Marques 



Ray Mackintosh... [et al.] Núcleo: Uma viagem ao coração da matéria
Porto : Porto Editora, 2004

 

O livro Núcleo: Uma viagem ao coração da matéria aborda uma variedade de tópicos que envolvem o núcleo e os conceitos que o rodeiam.

A obra foi escrita em conjunto por Ray Mackintosh que foi o principal contribuinte, Jim Al-Khalili, Björn Jonson e Teresa Peña. Inicialmente publicado em 2001 foi traduzido para português e publicado pela Porto Editora em 2004. Com 160 páginas divididas em 10 capítulos o livro é de uma leitura rápida e confortável que informa o leitor de uma maneira extremamente simples e compreensível mesmo para aqueles que tenham um conhecimento menos profundo no que toca à física. As ilustrações disponibilizadas tornam até as informações mais complexas fáceis de digerir apresentando até uma perspetiva mais prática da física do que o texto em certos momentos. É incluindo um glossário denso e completo que apaga qualquer dúvida que possa surgir por parte do leitor.

Para os mais interessados, a obra disponibiliza leituras complementares que acrescentam informações e explicações aos conteúdos já presentes. São uma boa maneira de manter a acessibilidade sem privar os mais experientes de explorarem até ao seu contentamento tudo o que lhes possa suscitar curiosidade.

Os 10 capítulos distribuem e separam bem as matérias abordadas de uma maneira coerente e fácil de seguir. Desde conceitos iniciais como a notação científica até explicações detalhadas de assuntos mais complexos é possível encontrar uma grande variedade de informações neste curto, mas compacto livro recheado de factos possíveis de observar no dia a dia e alguns mais distantes que apenas são percetíveis teoricamente.

Para concluir penso que seja uma excelente introdução ao vasto mundo da literatura cientifica sem deixar de satisfazer as necessidades daqueles que já sabem guiar-se pelos diversos ramos disponíveis no meio.

Tiago Soares


Carl Sagan, Cosmos,

Lisboa: Gradiva, 2009


 

O livro "Cosmos", escrito por Carl Sagan, é uma obra-prima da divulgação científica. Publicado originalmente em 1980, o livro apresenta uma visão abrangente da ciência, da história e da filosofia da nossa compreensão do universo. É um livro fascinante e inspirador que encoraja os leitores a explorar a beleza do cosmos.

Ao longo do livro, Sagan explora uma ampla gama de tópicos, incluindo astronomia, física, biologia, geologia e antropologia. Também discute as contribuições da ciência para a cultura humana, bem como o papel da ciência na busca pelo significado e propósito na vida.

Uma das coisas mais impressionantes sobre "Cosmos" é a capacidade de Sagan explicar conceitos complexos de forma clara e acessível. Ele usa uma linguagem simples e exemplos do quotidiano para ilustrar princípios científicos difíceis, tornando a ciência acessível a qualquer pessoa interessada em aprender.

Além disso, Sagan não apresenta apenas fatos científicos, ele também explora as implicações filosóficas e sociais desses fatos. Sagan discute questões como o papel da humanidade no universo, a importância da ciência na tomada de decisões políticas e a responsabilidade da humanidade em relação ao meio ambiente.

Em suma, "Cosmos" é um livro excecionalmente escrito que combina a ciência com a filosofia e a história para apresentar uma visão panorâmica do universo e da nossa compreensão dele. É um livro que não apenas informa, mas também inspira e instiga o leitor a explorar o mundo ao seu redor e a buscar conhecimento e compreensão. Recomendo fortemente este livro a qualquer pessoa interessada em ciência, filosofia ou história.

Ana Silva 


 Stephen Hawking, Breves Respostas às Grandes Perguntas

Lisboa: Crítica, 2021


Penso que desde cedo, Stephen William Hawking, foi um menino muito questionador e criativo, dado que os segredos do universo sempre o fascinaram e, mais tarde, como cientista, o mundo descobriu-o e reconheceu-o como um físico e cosmólogo brilhante, tendo sido o mais conceituado cientista desde Einstein.

Nesta reunião imensa dos seus trabalhos/anotações, podemos então vir a conhecer os pensamentos e reflexões, deste cosmólogo britânico, a respeito das maiores questões com que nos deparamos e temos nas nossas mentes. Somos então sem dúvida levados a outro tipo pensamentos que talvez nunca tínhamos pensado dessa maneira e então, somos conduzidos às suas reflexões sobre a origem do universo, se viajar no tempo é possível, se podemos realmente prever o futuro, se sobreviveremos na terra ou teremos de arranjar uma solução melhor, entre outros assuntos, realmente fantásticos.  

Ao longo da sua extraordinária carreira, é sem dúvida notável que ele expandiu o conhecimento acerca do universo e desvendou alguns maiores mistérios, acreditando no crucial papel da ciência para a resolução dos problemas da Terra.

O livro segue, de certa forma, um formato de entrevista, com as grandes questões feitas pela humanidade ao longo do tempo sendo respondidas com embasamento e explicações científicas, contudo sempre com uma abordagem bastante didática, como se estivéssemos a ter uma conversa com ele. Para além disso, dentro dos capítulos a que o livro é dividido, são feitas algumas perguntas pessoais a Hawking, que são logo respondidas, mas de uma forma curta. Creio que essas perguntas apesar de quebrarem a narrativa acabam por oferecer mais informações sobre a vida pessoal do autor, de forma a que o leitor o conheça melhor e, por outro lado, na minha opinião, ajudam a que as informações científicas dadas não se tornem tão extensas.
O autor utiliza uma linguagem bastante científica e não só fala de forma simples e completa, como também explica as coisas com humor e analogias capazes de nos fazer rir por meio de conceitos científicos, chegando mesmo à ironia em certas partes, tornando o livro mais rico. A sua escrita pessoal faz então com que seja mais fácil tentar universalizar o conhecimento e o contacto próximo com a ciência, com o intuito de mostrar que a ciência não é tão complicada como todos nós pensamos.

 É notável o esforço, dedicação e estudo que Stephen Hawking teve ao longo da sua vida, não só na área da ciência, mas também na área da filosofia, que mostra ainda no livro. Usa então as suas influências e o seu poder de fala, conseguido ao longo da sua vida, para sair um pouco apenas da questão teórica e física, fazendo assim incentivar a reflexão sobre assuntos referentes ao bem da humanidade, à forma como estamos a tratar a Terra e mesmo quem e o que nos rodeia. Mostra-nos então que devemos repensar em várias atitudes características do nosso dia a dia.

  Um ponto que acho menos positivo, podendo atrapalhar assim a leitura do livro é sem dúvida o facto de Hawking retomar alguns assuntos, de forma semelhante a anteriores, provocando uma monotonia, que depois de um tempo de leitura me deu a sensação de repetição de informação anterior. Contudo, já a meio do livro, vi essa repetição como forma de reforçar/ explicitar um pensamento/ideia, dada a complexidade dos temas abordados no livro. Para além disso, às vezes ficava perdida com todos os cálculos feitos, mas depois com as explicações e os exemplos feitos acabava por ficar  mais esclarecida.

Neste livro, vê-se que temos algumas respostas a perguntas como a vida extraterrestre, a nossa sobrevivência no planeta, sendo que as que mais me surpreenderam foram talvez as relacionadas com a manipulação genética e inteligência artificial, porque realmente assustaram-me um pouco. Imaginemos a questão da manipulação genética: é realmente incrível quando isso pode servir para curar doenças, mas e, quando esta barreira for ultrapassada para criar super-humanos? E se toda a gente tiver acesso a isso? Irá ser criada uma nova espécie humana? E os dilemas morais e éticos? Mas no meio disto tudo e de todas estas perguntas na minha cabeça, vi que Hawking  conseguiu responder a muitas delas pois virou a sua atenção para as questões mais urgentes que a humanidade está a enfrentar, neste seu último e apaixonante livro que escreveu.

Frases ditas por ele que me marcaram, foram sem dúvida: "O maior inimigo do conhecimento não é a ignorância, é a ilusão do conhecimento” e “as grandes conquistas da humanidade foram obtidas conversando e, as grandes falhas foram pela falta de diálogo”.

Por fim, acredito que este livro é uma derradeira obra de uma das mais brilhantes mentes da história do mundo, partilhando assim a sua perspetiva sobre as mudanças que todos nós, enquanto espécie humana do planeta terra, enfrentamos e, sobre que destino está reservado para o nosso planeta, e por isso, recomendo imenso a sua leitura.

Beatriz Meireles


Neil DeGrasse Tyson, Astrofísica Para Gente com Pressa

Lisboa: Gradiva, 2017


Os mistérios acerca do funcionamento do Universo  e dos seus componentes sempre foram uma grande fonte de fascínio para a população em geral, mas a verdade é que o seu entendimento consegue ser bastante extenso e complicado, daí eu ter escolhido, no projeto “Ler Ciência”, apresentar o livro Astrofísica Para Gente Com Pressa, de Neil DeGrasse Tyson editado pela Gradiva.

Ao publicar este livro, Tyson tinha como objetivo dissecar o Cosmos e expor de uma forma clara e concisa as principais ideias por detrás do mesmo, abordando vários temas pertencentes à astrofísica e à cosmologia, que se estendem desde o Big-Bang até aos buracos negros e à matéria escura.

Ao longo da obra, é-nos possível sentir o esforço do autor para que todos os conceitos tratados, independentemente do seu nível de complexidade, sejam acessíveis a todos os leitores, não sendo esperado um alto nível de ensino ou conhecimento anterior por parte dos mesmos, sendo este um dos pontos mais positivos do livro. O mesmo é conseguido a partir do uso de uma linguagem simples, onde são usadas bastantes expressões populares, metáforas e comparações com o nosso dia-a-dia, e também de um tom coloquial e melífluo, que leva o leitor a sentir que está num diálogo com o autor acerca dos diversos temas.

Outro grande ponto a favor desta obra terá de ser a imparcialidade de Tyson ao longo da mesma. Dada a natureza do ramo da ciência em questão, grande pate do conhecimento é derivado de teorias, deixando assim bastante aberturas para discordâncias e diferenças de opinião o que muitas vezes leva à criação de “equipas” opostas (como por exemplo String Theory vs Loop Quantum Gravity). Esta ambiguidade não é de todo vista de forma negativa ao longo do livro, onde são apresentadas diferentes teorias acerca do mesmo tema, não existindo uma diferença de credibilidade por parte do autor entre as mesmas.

Dado o seu balanço ideal entre a simplicidade da escrita e a complexidade do conteúdo, recomendo a leitura deste livro não só aos interessados pelas áreas expostas anteriormente mas a todos os que se sentem intrigados pela imensidão de possibilidades que o Universo nos traz.

Guilherme Ferreira

Stephen Hawking, Breve História do Tempo

Lisboa: Gradiva, 2000

Breve História do Tempo é um livro cativante escrito pelo físico teórico Stephen Hawking. O livro explora a história da física e da astronomia, desde os primórdios da ciência até as teorias mais recentes, como a relatividade geral e a mecânica quântica.

O livro é escrito de forma acessível, mesmo para aqueles que não têm formação em física, com muitas metáforas e analogias para ajudar a explicar os conceitos mais complexos. Hawking usa uma linguagem clara e simples, tornando o livro fácil de entender para o leitor comum.
O autor aborda temas fascinantes, como a natureza do tempo, o espaço-tempo, a origem do universo e a possibilidade de viagem no tempo. Ele discute conceitos teóricos como buracos negros, singularidades e a expansão do universo, fornecendo uma visão abrangente dos mistérios do cosmos. O livro também apresenta gráficos e ilustrações que ajudam a visualizar os conceitos teóricos apresentados, tornando a leitura ainda mais agradável e fácil de entender.
No geral, Breve História do Tempo é um livro fascinante e inspirador, que nos convida a refletir sobre os mistérios do universo e a beleza da ciência. É uma leitura obrigatória para todos que desejam ampliar seus horizontes e entender mais sobre a física moderna e a natureza do universo.
Pedro Garcia


Eduardo Jorge Rodrigues da Silva, A nossa amiga eletricidade 

Lisboa: Ministério da Educação Nacional,1973 


 

A obra escrita por Eduardo Jorge Rodrigues da Silva - engenheiro e adjunto do diretor-geral do ensino técnico - consiste numa abordagem ao mundo da eletricidade no seu geral, de um modo que privilegia a compreensão por parte de qualquer pessoa sem grandes estudos científicos. 

Esta foi a minha escolha, já que a mim despertou-me interesse especialmente o tema da eletricidade, que é uma área com bastante assunto para ser desenvolvido, e achei bastante interessante a abordagem do autor. Através de um semi-diálogo, a informação vai sendo disseminada, de forma bastante simples e clara. O interesse pela leitura cresce à medida que vão sendo usadas referências históricas para complementar a evolução científica que foi ocorrendo nas últimas décadas, tudo com um caráter bastante educativo. Partindo sempre dos pontos mais básicos, a intenção do autor é informar o leitor de casos que encontramos no dia a dia, distribuindo sempre a sua dose de curiosidade. As respostas às questões que vão sendo colocadas ao novato aspirante a eletricista, contêm na sua base a teoria e história sempre presentes, como no caso do eletromagnetismo, que começou a ser descoberto muito antes do nascimento de Cristo.  

Com variados exemplos do nosso país, Eduardo Silva proporciona uma relação mais presente do nosso quotidiano, mesmo estando os dados referidos no livro já algo desatualizados, é possível perceber a dimensão da potência instalada em centrais hidroelétricas no nosso país, mirando também a tecnologias futuras que para nós, em 2023, já são bastante atuais. 

Esta obra ajudou-me por isto mesmo bastante, recomendo a quem se interesse também por saber um pouco mais, não só por ser um livro no ramo da física, mas por nos transmitir conhecimento bastante útil e fácil de compreender, estando presente sempre no nosso quotidiano e que por vezes, resolve algumas das nossas dúvidas. 

Tomás Magalhães 


Stephen Hawking, A Teoria de Tudo: A Origem do Destino

Lisboa : Gradiva, 2015 

Em "A Teoria de Tudo", Hawking explora o funcionamento do universo e as leis fundamentais que o regem. Discute as origens do universo, a teoria do Big Bang e a natureza dos buracos negros. As explicações de Hawking sobre esses conceitos são escritas de maneira fácil de entender para os leitores que podem não ter um conhecimento prévio de física. Este também aborda o conceito de tempo e como ele é afetado pela gravidade e a expansão do universo.

Neste livro, Hawking busca uma teoria única que pudesse explicar todas as forças fundamentais do universo. Essa teoria unificaria a mecânica quântica e a relatividade geral, que são atualmente duas teorias separadas que descrevem o comportamento do universo nas escalas mais pequenas e maiores, respetivamente. Embora Hawking admita que essa teoria ainda não foi descoberta, ele fornece aos leitores um vislumbre do estado atual da pesquisa nesse campo.

Este é um excelente livro para qualquer pessoa interessada em física, cosmologia ou no funcionamento do universo. A escrita de Hawking é clara e concisa, tornando conceitos complexos acessíveis a leitores de todos os níveis. Embora o livro não seja uma leitura fácil, vale a pena o esforço para aqueles que estão dispostos a dedicar tempo para entender os conceitos apresentados. As contribuições de Hawking para o campo da física serão lembradas por gerações, e "A Teoria de Tudo" é um testemunho de sua genialidade.

 Patrícia Guedes