Neil de Grasse Tyson e Donald Goldsmith, Origens
Lisboa: Desassossego, 2019
A obra “Origens” foi escrita por Neil deGrasse Tyson e Donald Goldsmith e publicada na língua portuguesa em 2019 pela editora Desassossego, tendo sido traduzida por Pedro Carvalho e Guerra, possuindo cerca de 288 páginas. O tema principal da obra é a história da origem do universo, daí o título “Origens”.
A obra inicia-se com um prefácio que procura ajudar o leitor a refletir sobre as origens da ciência e também sobre a ciência das origens, despertando a mente do mesmo.
Para além disso, com o seu prólogo, é introduzida a história que será revelada, de forma resumida, de modo a preparar o leitor para aquilo que será uma quantidade volumosa de informação científica. De seguida, o autor dá início à história, de forma cronológica, abordando as condições iniciais do universo, no entanto, para o fazer de forma eficaz, procura explicar conceitos básicos de física e química quântica para dar a entender aos leitores como a matéria do universo interage entre si. Ao longo da obra, cruzando vários conhecimentos de biologia, geologia, astrofísica e astronomia, o autor segue, na maior parte das vezes esta linha cronológica, falando sobre a formação das galáxias, estrelas, dos planetas e até da vida. Todavia, é possível identificar-se também outra linha de pensamento, visto que o autor explica a origem do universo e de tudo aquilo que está nele inserido numa escala de maior para menor, em termos de dimensão, sendo que começa com o universo e termina ao relatar a origem da vida.
Apesar da grande complexidade da explicação da história completa do nosso universo, a informação presente na obra é acessível, sendo apresentada de forma clara, simples e eficaz, dando assim a possibilidade de até leitores que não sejam tão cultos naquilo que é a astronomia e a cosmologia conseguirem entender o funcionamento e a história do cosmos.
Ainda assim, é possível que alguns leitores sintam alguma dificuldade de compreensão numa primeira leitura e necessitem de reler alguns excertos de modo a compreenderem totalmente algumas matérias mais complexas.
Adicionalmente, este livro inclui um glossário, um índice remissivo e também uma lista de leituras complementares, fornecendo, deste modo, todas as ferramentas necessárias para que os leitores possam investigar ou rever conceitos pelos quais sintam mais curiosidade. Para além disso, a presença de inúmeras imagens de alta qualidade de diversas estruturas cósmicas trazem à obra uma maior capacidade explicativa, facilitando a consolidação dos conhecimentos fornecidos ao leitor e até a própria leitura em si.
Em suma, esta obra atinge o seu objetivo, que é cativar a curiosidade do público sobre o cosmos através da explicação de como chegámos onde estamos hoje ao descrever a história do cosmos, de nós próprios e da astronomia. Dado isto, aconselho a sua leitura a todos aqueles que se sintam curiosos acerca do funcionamento do universo ou da sua origem.
André Branco
Pedro Ferreira, Uma Teoria Perfeita.
Um século de génios e o debate sobre a
Relatividade Geral.
Lisboa: Editorial Presença, 2014
A relatividade geral está no centro de grande parte da pesquisa de Pedro Gil Ferreira. Como tempo, o autor percebeu que a própria história da relatividade geral é uma narrativa fascinante, quase tão complexa quanto a própria teoria. E assim nasceu esta biografia da relatividade geral, que conta a sua grande e abrangente história. É precisamente este percurso, tão rico e cheio de descobertas, que Pedro Ferreira partilha connosco nesta obra, cujo interesse não se limita ao meio científico e académico, mas abrange o público em geral.
Quanto à minha experiência com a leitura, primeiramente estava um pouco apreensivo quanto à obra, pois normalmente não é do estilo literário que mais me cative, porém achei-o interessante na medida que relata, de forma acessível, como os principais avanços foram feitos. A história da relatividade geral é confusa e imprevisível, Uma Teoria Perfeita de Pedro Ferreira é um guia especializado nas voltas e reviravoltas que os cientistas têm feito na busca de compreender o espaço e o tempo, deste modo aconselho a sua leitura a todos os amantes de física, para que desfrutem da imensidão desta teoria “perfeita”.
Rafael Antunes
Carlos Fiolhais e David Marçal, A Ciência e os Seus Inimigos
Lisboa: Gradiva, 2017
“A Ciência e os Seus Inimigos” é um livro que pretende, para além de dar a conhecer que ao longo dos anos a ciência teve e continuará a ter vários e diferentes inimigos, também exemplificar o objetivo da ciência, que consiste em proporcionar uma sociedade mais livre e aberta como também mais informada num mundo que não seria o mesmo sem ela. Sabemos hoje que maioritariamente os avanços científicos deram um contributo enorme à nossa sociedade e ao nosso estilo de vida, e se assim continuar, o objetivo visa a ser cumprido. Contudo, a ciência continua a ganhar e enfrentar inimigos à medida que o tempo avança e à medida que esta avança com o tempo.
Este é um livro que mostra todas estas questões de maneira a que o leitor também se questione a si próprio – através de interrogações retóricas - sobre determinados assuntos, sendo uma leitura fácil e descomplicada dedicada para aqueles que não têm qualquer tipo de base neste tema como também para aqueles que a enfrentam diariamente.
Desde o título até à última página do livro o humor e o suspense andam de mãos dadas, o que torna o livro menos maçudo e um desejo de descobrir todos os inimigos da ciência. Um livro que sem dúvida responde às dúvidas científicas através dos seus critérios autoexplicativos bem-sucedidos. Para além de novo conhecimento, recebemos deste livro novos alertas que não estamos acostumados a dar tanta importância como as pseudociências.
Teresa Cardoso
Luís Aires, A Mecânica Quântica
Lisboa: Sílabo, 2022
A minha escolha para o projeto “Ler Ciência” foi o livro denominado por “A Mecânica Quântica explicada a quem pensava que nunca a perceberia”, sendo esta obra escrita por Luís Aires e editado pela editora Sílabo.
Para além disto, o autor vai redigir o seu livro de uma forma bastante simples e clara para que as pessoas que não estão dentro do tema consigam entender todas as explicações e deambulações feitas pelo autor ao longo da obra, para facilitar a clareza no seu discurso o autor disponibiliza um glossário no final do livro com a definição dos conceitos mais difíceis e ainda algumas notas de rodapé em algumas páginas.
Lisboa: Objectiva, 2015 O livro que escolhi foi o “Sete breves lições de Física” de Carlo Rovelli. Escolhi este livro porque abrange várias teorias e vários temas da física, pelos quais me interesso e os quais considero importantes para o conhecimento geral.
Ao longo de “Sete breves lições da Física”, o físico italiano Carlo Rovelli conduz o leitor numa fascinante jornada pela Física moderna, explorando as suas descobertas mais significativas e mostrando o que ainda é desconhecido. Com uma linguagem clara e poética, Rovelli torna a Física acessível a todos, deixando de ser uma abstração para se tornar parte integrante da vida.
A viagem começa com a teoria da relatividade de Einstein, considerada a mais bela das teorias, que aborda conceitos como tempo, espaço e a compreensão do Universo. Em seguida, Rovelli explora a mecânica quântica, outra teoria fundamental que desvenda o comportamento da matéria. Ele passa por marcos importantes, como a teoria da gravidade, as partículas elementares e os buracos negros, antes de seguir para destinos ainda mais ambiciosos, como compreender de que é feito o espaço, qual é a natureza do tempo, qual é a origem do cosmos e como a mente humana funciona. Ao final das sete lições, o leitor se aproxima inevitavelmente de uma compreensão mais profunda de quem somos e do nosso lugar no Universo.
Em termos gerais, o livro é bem escrito e cumpre o seu objetivo de fornecer uma introdução sucinta e clara aos principais tópicos da física moderna. Rovelli utiliza exemplos do quotidiano para ilustrar conceitos complexos, tornando a leitura agradável e compreensível.
Em geral, "Sete Breves Lições de Física" é uma boa introdução para aqueles que desejam ter uma compreensão básica da física moderna, mas para aqueles que desejam aprofundar, é provavelmente necessário recorrer a outros recursos mais avançados e detalhados.
Rafael OliveiraAl Gore: Uma Verdade Inconveniente
Lisboa: Gradiva, 2007
Uma verdade inconveniente, de Al Gore, é um livro dedicado aos jovens, à geração que governará o mundo num futuro próximo. Trata-se de uma conversa, na primeira pessoa, cujo objetivo é alertar-nos para e incentivar-nos a solucionar o grande problema do aquecimento global e o que daí advém. Com a apresentação de dados estatísticos que comprovam cada afirmação do autor, torna-se impossível fechar os olhos a uma situação tão real e tão grave como esta.
A solução está presente nas mentes da geração Z. Sim, somos nós. Cabe-nos a nós tomar consciência da crise climática e lutar para que as soluções sejam colocadas em prática. Porque, sim, as soluções existem, contudo, e o autor faz referência a este facto muitas vezes, a política e a economia, os principais motores de uma sociedade, desacreditaram informação relacionada com o que as pessoas não podem ver: o impacte climático causado pelas grandes empresas (que têm mais lucro): “Há empresas poderosas que lucram com atividades que agravam o aquecimento global. Pretendem censurar a investigação científica e mascarar a verdade acerca da crise que estamos a enfrentar.” (Gore, 2006).
Recomendo, vivamente, a leitura deste livro a todos, incluindo crianças e adultos. A tomada de consciência é o mais importante passo para a evolução e para o progresso, neste caso, para a preservação do futuro. A linguagem é simples e a leitura rápida, porém dolorosa. A crise é real e, infelizmente, ainda não preocupou as pessoas o suficiente para começarem a agir. O capítulo final é dedicado exatamente à ação. Dois dos inúmeros conselhos passam por evitar comprar comida e outros produtos demasiado embalados e optar por andar a pé ou de bicicleta ao invés de automóvel.
Finalmente, é importante salientar que este livro foi publicado em 2006, há quase 17 anos, pelo que a informação não está atualizada. Quando olharem para os dados lembrem-se disto: se há 17 anos o problema já era tão grave, imaginem como estará o mundo agora.
Bárbara Magarreiro de Matos
Nuno Maulide e Tanja Traxler, Como se transforma o ar em pão
Lisboa: Planeta, 2021
A obra que decidi apresentar para o projeto “ler Ciência” foi Como se transforma ar em pão de Nuno Maulide. Um dos fatores pelo qual escolhi o livro, que foi de uma certa forma para sair da minha zona de conforto (Física) e decidi desafiar-me ao escolher um livro com uma temática diferente. Posso dizer que outro motivo pelo qual decidi trabalhar esta obra foi pelo seu autor que, há algum tempo, vi numa entrevista que acabou por me despertar atenção.
Em relação á obra posso dizer que estou bastante surpreendido, mesmo não sendo muito ligado aos livros, posso dizer que senti uma certa ligação, porque esta obra acaba por não ser uma obra normal, mas sim um caminho que nos mostra tudo o que a Química tem para nos oferecer.
É uma leitura fascinante para quem quer entender melhor a Química do dia-a-dia.
Os autores apresentam uma série de questões interessantes e curiosas, acompanhadas de explicações acessíveis e bem fundamentadas, que nos ajudam a compreender como a Química está presente em diferentes aspetos do nosso quotidiano.
O livro aborda temas como a composição do ar que respiramos, a química por trás da alimentação e da culinária, e até mesmo a relação entre química e beleza. Os autores conseguem transformar conceitos complexos em informação clara e fácil de entender, tornando a obra acessível mesmo para aqueles que não possuem formação específica na área.
Além disso, a obra é repleta de ilustrações e exemplos práticos, tornando a leitura ainda mais interessante e dinâmica.
Concluindo, "Como se Transforma Ar em Pão" é uma obra que recomendo para todos que desejam ampliar seus conhecimentos sobre Química e entender como essa ciência fundamental está presente em diferentes aspetos do nosso dia-a-dia.
Jorge Ferreira
Kip Thorne, A Ciência de Interstellar
Lisboa: Relógio d’Água, 2020
O livro “A Ciência de Interstellar” foi escrito por Kip Thorne e publicado em português pela editora Relógio d’Água, Lisboa, em 2020, tendo sido traduzido por Rita Carvalho e Guerra. Com este livro, o autor procura mostrar a experiência que teve enquanto participou como conselheiro científico no filme “Interstellar”, tal como explicar os fenómenos desse mesmo filme de um ponto de vista físico.
A obra inicia-se com uma descrição do tempo em que o autor trabalhou no filme “Interstellar” e qual era o seu objetivo durante a produção do mesmo (manter tudo o que acontece durante o filme dentro do reino do possível e acreditável de um ponto de vista científico). De seguida, o autor estabelece alguns conceitos chaves e fundamentos que irá utilizar ao longo da obra, focando-se nomeadamente nas bases das teorias físicas vigentes. Já no restante do livro, o autor vai relacionar tudo aquilo que estabeleceu anteriormente com os diversos fenómenos visíveis durante o filme (Buracos Negros, Wormholes, distorções no espaço-tempo, etc...) para provar que todos os acontecimentos do filme são teoricamente possíveis de um ponto de vista físico.
A informação presente neste livro apresenta-se de forma bastante clara e apesar do seu nível de complexidade crescer, este crescimento é lógico e segue um padrão. Com cada novo capítulo, Thorne procura acrescentar algo àquilo que já fora dito e assim seguir uma linha de raciocínio evidente.
Para além disto, o livro encontra-se repleto de imagens, tanto imagens do filme e imagens reais, como ilustrações e representações, que permitem ao leitor compreender e visualizar com clareza aquilo que o mesmo está a ler. Aliado a isto, o autor vai ao longo da obra fazer referência à parte final do livro onde se encontram algumas notas técnicas (noções a nível de notações e cálculos) e ainda outros livros que complementam a informação apresentada.
Esta obra alcança o seu objetivo, pois consegue mostrar que todos os momentos do filme se baseiam em regras e leis físicas reais, pelo que, mesmo inacreditável, tais fenómenos possam um dia vir a ser reais. A obra reforça também a sua veracidade ao explicar falhas que as imagens possam ter e o motivo dessas mesmas falhas, bem como o modo de as corrigir.
Apesar de isto tudo, a obra requer um grande interesse e algum conhecimento base por parte do leitor quanto aos assuntos abordados, pois sem isto a leitura torna-se maçante, já que as explicações embora simples, são extensas e exaustivas.
Em suma, esta obra é ideal não só para aqueles que visionaram o filme “Interstellar”, mas também para quem se interessa pelos diversos fenómenos que acontecem no espaço. Sendo os conteúdos deste livro apresentados não só de forma clara, como também de maneira a cativar o leitor para procurar algo mais acerca do tema.
Pedro Gonçalves
Istvam Berkes, A física do quotidiano
Lisboa: Gradiva, 1992
"A física do quotidiano", escrito por Istvam Berkes, é um livro que explora a física por trás dos fenómenos que experimentamos no nosso dia-a-dia. Ao longo do livro, Berkes utiliza exemplos concretos e simples para explicar conceitos complexos da física, tornando o assunto acessível a um público amplo.
O livro é organizado em capítulos temáticos, abordando tópicos como luz, som, eletricidade e magnetismo, movimento e energia. Cada capítulo apresenta uma série de exemplos que ilustram como esses conceitos se manifestam no nosso dia-a-dia. Por exemplo, o capítulo sobre luz explica como funciona a formação de imagens em câmaras fotográficas, enquanto o capítulo sobre som explora como funciona o sistema auditivo humano.
Um dos pontos fortes do livro é a sua linguagem acessível. Berkes usa uma linguagem simples e não técnica, evitando complicações da física que poderiam dificultar a compreensão para leitores menos familiarizados com o assunto. Além disso, ele utiliza muitas analogias e exemplos práticos, o que torna o livro muito fácil de ler.
No entanto, o livro também apresenta algumas limitações. Algumas explicações podem parecer demasiado simplistas para leitores mais experientes ou com formação em física. Além disso, em alguns casos, as explicações podem ser um pouco superficiais e não aprofundar completamente alguns dos conceitos mais complexos.
No geral, "A física do quotidiano" é um livro interessante e acessível para quem quer entender melhor como a física se manifesta no nosso dia-a-dia. Embora possa ser um pouco simplista para leitores mais experientes ou com formação em física, é uma leitura valiosa para aqueles que procuram uma introdução acessível e divertida ao assunto.
Tomás Moura
Jean Heidmann, Alfred Vidal-Madjar, Nicolas Prantzos e Hubert Reeves, Estaremos sós no Universo?
Lisboa: Âncora, 2000
A minha escolha para o projeto “Ler Ciência” foi o livro Estaremos sós no Universo?, escrito pelos físicos Jean Heidmann, Alfred Vidal-Madjar, Nicolas Prantzos e Hubert Reeves. Esta é uma obra organizada em quatro entrevistas realizadas por Catherine David, Frédéric Lenoir e Jean-Philippe de Tonnac, entrevistadores franceses, a cada um destes autores.
Primeiramente é-nos contextualizado o foco qua a obra vai ter, neste caso, o aparecimento da vida e o lugar do Homem no Universo, de seguida é-nos apresentado cada um dos autores, por fim mergulhamos então no centro de um debate científico escaldante que relança, de uma maneira nova e apaixonada, o questionar eterno sobre o aparecimento de vida e o lugar do Homem no Universo.
A 1ª entrevista é feita a Jean Heidmann, sendo, na minha opinião a entrevista mais interessante, não só pelo seu rigor ao abordar temas como: Sinais vindos do céu; A humanidade galáctica… Mas pela sua linguagem simples e explicativa tal como o seu humor que tornam a entrevista intrigante e fascinante.
A escolha deste livro foi feita a partir do seu título, que admiro porque sempre me questionei se realmente estaremos sós num universo onde existem as mais variadas formas de material, como planetas, galáxias… Esta tremenda quantidade de planetas faz-me questionar se pode haver um planeta com condições favoráveis ao aparecimento de vida. E se essa existência de “vida extraterrestre” se assemelha à de nós, humanos, ou se é outra vida completamente diferente daquela que presenciamos.
Dado isto, recomendaria a todos, vivamente, a leitura deste livro se por acaso possuírem este interesse tal como eu.
Afonso Azevedo
António Brandão Moniz, Robótica e Trabalho: o Futuro Hoje
Lisboa: Glaciar, 2018
No âmbito do Projeto “Ler Ciência”, escolhi o livro Robótica e Trabalho: o Futuro Hoje, de António Brandão Moniz, publicado em Lisboa, Portugal, pela editora Glaciar em 2018. Neste, o autor centra-se na questão das implicações que a automação e a robótica estabelecem no mercado de trabalho atual, bem como nas suas perspetivas futuras. Para tal, António Brandão Moniz expõe a forma como o avanço da tecnologia influencia o mercado e consequente os trabalhadores, empresas e governos.
Através de uma linguagem objetiva e imparcial, é-nos transmitido tanto os aspetos negativos como os aspetos positivos do uso tecnologia, demonstrando que, apesar de poder ser uma ameaça para o emprego humano, esta também pode trazer benefícios. Como forma de justificar os seus argumentos, Brandão Moniz explora as diversas formas que a automação e a robótica podem obter nas diversas áreas, tais como saúde, manufatura e serviços.
Para além de expor a situação atual, o autor defende que, para se aproveitarem de forma positiva estes conceitos é necessário repensar as estratégias governamentais e criar empregos, para assim respeitar o trabalhador, mantendo a evolução.
Posto isto, foi escolhido este livro pelo tema apresentado e por este nos elucidar e fazer pensar nas vantagens e desvantagens da evolução tecnológica. Apesar de certos dados agora se encontrarem descontextualizados, a qualidade científica e a importância do conteúdo mantêm-se relevantes nos dias de hoje, tornando-se um livro importante para aspirantes, investigadores e outras pessoas do meio. Devido a isto pode também dizer-se que é possível a inspiração no tema abordado neste livro para refletir sobre o avanço noutras áreas, uma vez que a questão será sempre a mesma: Esta evolução melhora o mundo em que vivemos e o seu futuro? E se sim, de que forma impacta na sociedade e como protegê-la?
Eva Metrolho
David Marçal e Carlos Fiolhais, Pipocas com telemóvel e outras histórias de falsa ciência
Lisboa: Gradiva, 2012
No nosso dia a dia estamos constantemente expostos a situações onde algo está classificado como “ciência”, mas que de científico tem pouco. Com o aparecimento das redes sociais e a sua crescente popularidade, tem-se tornado cada vez mais comum as informações falsas fazerem-se passar por factos científicos.
O título deste livro remete-nos para uma experiência postada há uns anos no YouTube, com a qual se pretendia demonstrar que a radiação dos telemóveis é tão elevada que seria capaz de transformar o milho em pipocas. Esta demonstração e os factos científicos que Carlos Fiolhais utiliza para provar a impossibilidade da mesma, juntamente com mais duas histórias de situações de pseudociência, deram o mote ao primeiro capítulo deste livro.
No entanto, não é só de pipocas e telemóveis que trata o livro. Tal como os autores insistem ao longo da obra, a falsa ciência está por todo o lado: na Internet, nos media, no supermercado, nas escolas, na saúde e até na própria ciência.
Para provarem a omnipresença da falsa ciência, os autores refletem, por exemplo, sobre as tentativas de previsão do futuro; o tema das alterações climáticas; os alegados benefícios dos suplementos alimentares; as curas quânticas; a homeopatia e o movimento anti-vacinas; o ensino do desenho inteligente nas salas de aula; a fusão fria e outras fraudes na ciência.
Através de uma escrita clara, que permite a todos os leitores perceberem com relativa facilidade os conceitos científicos apresentados, e com bastante humor, os autores apresentam um livro muito distinto do típico “livro científico" a que estamos habituados. Apelando ao nosso sentido crítico, os autores dão-nos as ferramentas necessárias para identificar futuramente novas situações de pseudociência, ensinando-nos a querer sempre questionar e procurar saber mais!
Este é um livro que, sem dúvida, recomendo a toda a gente, independentemente de possuírem conhecimentos científicos ou não.
A quantidade de “falsa ciência” a que estamos expostos pode influenciar muitas áreas da nossa vida não no melhor sentido. Apercebemo-nos que, quem produz esta falsa informação, aproveita-se da falta de conhecimento de grandes camadas da população que não têm meios de a detetar, sendo muito importante sensibilizar as pessoas de que estes perigos existem.
A leitura do livro despertou-me para esta realidade. Certamente, estarei mais atenta a estas situações e não serei tão crédula nem aceitarei tão facilmente as informações das quais que querem convencer.
Madalena Silva
Christophe Galfard, O universo ao alcance da mão
Lisboa: Relógio D'Água, 2017A física está repleta de temas extremamente complexos e difíceis de compreender para qualquer tipo de pessoa sem nenhum tipo de formação acerca do assunto. São imensas as pessoas que querem aprender teorias e conceitos acerca do nosso universo, porém, quando confrontadas com as inúmeras fórmulas e vocabulário científico avançado desistem da procura de conhecimento científico devido ao facto de considerarem estes temas demasiado complexos para as suas capacidades.
Com este livro, Christophe Galfard vem desmistificar a ideia da complexidade da física e vem mostrar a todas as pessoas que é possível aprender todo o tipo de conceitos físicos sem nenhum tipo de conhecimento prévio sobre os mesmos.
"O universo ao alcance da Mão” foi escrito puramente com a intenção de explorar várias teorias e conceitos físicos sobre o espaço e o nosso universo de forma a que ninguém se perca ao ler esta obra, inclusive pessoas sem qualquer conhecimento científico. O autor evita ao máximo utilizar fórmulas, sendo que a única apresentada ao longo da obra é “E=m*c^2” e vai usar também o mínimo de vocabulário científico de forma a que a leitura fique o mais simples possível.
Ao contrário do que acontece na maior parte dos livros de informação científica, este livro apresenta os temas como se o próprio leitor estivesse realmente numa jornada a explorar o universo e a experienciar todos os fenómenos apresentados, concluindo todos os tópicos com uma refleção no que diz respeito à beleza do nosso universo e à imensidão do mesmo. Este livro está divido em sete partes, começando por nos falar sobre o nosso próprio sistema solar e alguns conceitos físicos mais simples, e partindo daí, o grau de complexidade dos tópicos explorados vai aumentando de maneira gradual até chegarmos à última parte onde serão tratados temas muito mais elaborados.
Apesar da simplicidade do léxico utilizado neste livro, não são apresentadas imagens nem esquemas, o que pode tornar a visualização dos fenómenos e teorias mais difícil. Para além disto, as longas descrições e reflexões ao longo da obra, acabam por ocasionalmente, tirar a atenção do leitor em relação aos temas que estão a ser abordados, o que faz com que a assimilação de informação acabe por ser mais complicada.
Em suma, Christophe Galfard leva-nos numa jornada em que o leitor é o protagonista da obra e explora os incríveis fenómenos que ocorrem no cosmos, tudo explicado de uma maneira simples para qualquer um que tenha interesse sobre o universo.
Tiago Marques
Ray Mackintosh... [et al.] Núcleo: Uma viagem ao coração da matéria
Porto : Porto Editora, 2004
O livro Núcleo: Uma viagem ao coração da matéria aborda uma variedade de tópicos que envolvem o núcleo e os conceitos que o rodeiam.
A obra foi escrita em conjunto por Ray Mackintosh que foi o principal contribuinte, Jim Al-Khalili, Björn Jonson e Teresa Peña. Inicialmente publicado em 2001 foi traduzido para português e publicado pela Porto Editora em 2004. Com 160 páginas divididas em 10 capítulos o livro é de uma leitura rápida e confortável que informa o leitor de uma maneira extremamente simples e compreensível mesmo para aqueles que tenham um conhecimento menos profundo no que toca à física. As ilustrações disponibilizadas tornam até as informações mais complexas fáceis de digerir apresentando até uma perspetiva mais prática da física do que o texto em certos momentos. É incluindo um glossário denso e completo que apaga qualquer dúvida que possa surgir por parte do leitor.
Para os mais interessados, a obra disponibiliza leituras complementares que acrescentam informações e explicações aos conteúdos já presentes. São uma boa maneira de manter a acessibilidade sem privar os mais experientes de explorarem até ao seu contentamento tudo o que lhes possa suscitar curiosidade.
Os 10 capítulos distribuem e separam bem as matérias abordadas de uma maneira coerente e fácil de seguir. Desde conceitos iniciais como a notação científica até explicações detalhadas de assuntos mais complexos é possível encontrar uma grande variedade de informações neste curto, mas compacto livro recheado de factos possíveis de observar no dia a dia e alguns mais distantes que apenas são percetíveis teoricamente.
Para concluir penso que seja uma excelente introdução ao vasto mundo da literatura cientifica sem deixar de satisfazer as necessidades daqueles que já sabem guiar-se pelos diversos ramos disponíveis no meio.
Tiago Soares
Carl Sagan, Cosmos,
Lisboa: Gradiva, 2009
O livro "Cosmos", escrito por Carl Sagan, é uma obra-prima da divulgação científica. Publicado originalmente em 1980, o livro apresenta uma visão abrangente da ciência, da história e da filosofia da nossa compreensão do universo. É um livro fascinante e inspirador que encoraja os leitores a explorar a beleza do cosmos.
Ao longo do livro, Sagan explora uma ampla gama de tópicos, incluindo astronomia, física, biologia, geologia e antropologia. Também discute as contribuições da ciência para a cultura humana, bem como o papel da ciência na busca pelo significado e propósito na vida.
Uma das coisas mais impressionantes sobre "Cosmos" é a capacidade de Sagan explicar conceitos complexos de forma clara e acessível. Ele usa uma linguagem simples e exemplos do quotidiano para ilustrar princípios científicos difíceis, tornando a ciência acessível a qualquer pessoa interessada em aprender.
Além disso, Sagan não apresenta apenas fatos científicos, ele também explora as implicações filosóficas e sociais desses fatos. Sagan discute questões como o papel da humanidade no universo, a importância da ciência na tomada de decisões políticas e a responsabilidade da humanidade em relação ao meio ambiente.
Em suma, "Cosmos" é um livro excecionalmente escrito que combina a ciência com a filosofia e a história para apresentar uma visão panorâmica do universo e da nossa compreensão dele. É um livro que não apenas informa, mas também inspira e instiga o leitor a explorar o mundo ao seu redor e a buscar conhecimento e compreensão. Recomendo fortemente este livro a qualquer pessoa interessada em ciência, filosofia ou história.
Ana Silva
Stephen Hawking, Breves Respostas às Grandes Perguntas
Lisboa: Crítica, 2021
Penso que desde cedo, Stephen William Hawking, foi um menino muito questionador e criativo, dado que os segredos do universo sempre o fascinaram e, mais tarde, como cientista, o mundo descobriu-o e reconheceu-o como um físico e cosmólogo brilhante, tendo sido o mais conceituado cientista desde Einstein.
Nesta reunião imensa dos seus trabalhos/anotações, podemos então vir a conhecer os pensamentos e reflexões, deste cosmólogo britânico, a respeito das maiores questões com que nos deparamos e temos nas nossas mentes. Somos então sem dúvida levados a outro tipo pensamentos que talvez nunca tínhamos pensado dessa maneira e então, somos conduzidos às suas reflexões sobre a origem do universo, se viajar no tempo é possível, se podemos realmente prever o futuro, se sobreviveremos na terra ou teremos de arranjar uma solução melhor, entre outros assuntos, realmente fantásticos.
Ao longo da sua extraordinária carreira, é sem dúvida notável que ele expandiu o conhecimento acerca do universo e desvendou alguns maiores mistérios, acreditando no crucial papel da ciência para a resolução dos problemas da Terra.
O livro segue, de certa forma, um formato de entrevista, com as grandes questões feitas pela humanidade ao longo do tempo sendo respondidas com embasamento e explicações científicas, contudo sempre com uma abordagem bastante didática, como se estivéssemos a ter uma conversa com ele. Para além disso, dentro dos capítulos a que o livro é dividido, são feitas algumas perguntas pessoais a Hawking, que são logo respondidas, mas de uma forma curta. Creio que essas perguntas apesar de quebrarem a narrativa acabam por oferecer mais informações sobre a vida pessoal do autor, de forma a que o leitor o conheça melhor e, por outro lado, na minha opinião, ajudam a que as informações científicas dadas não se tornem tão extensas.
O autor utiliza uma linguagem bastante científica e não só fala de forma simples e completa, como também explica as coisas com humor e analogias capazes de nos fazer rir por meio de conceitos científicos, chegando mesmo à ironia em certas partes, tornando o livro mais rico. A sua escrita pessoal faz então com que seja mais fácil tentar universalizar o conhecimento e o contacto próximo com a ciência, com o intuito de mostrar que a ciência não é tão complicada como todos nós pensamos.
É notável o esforço, dedicação e estudo que Stephen Hawking teve ao longo da sua vida, não só na área da ciência, mas também na área da filosofia, que mostra ainda no livro. Usa então as suas influências e o seu poder de fala, conseguido ao longo da sua vida, para sair um pouco apenas da questão teórica e física, fazendo assim incentivar a reflexão sobre assuntos referentes ao bem da humanidade, à forma como estamos a tratar a Terra e mesmo quem e o que nos rodeia. Mostra-nos então que devemos repensar em várias atitudes características do nosso dia a dia.
Um ponto que acho menos positivo, podendo atrapalhar assim a leitura do livro é sem dúvida o facto de Hawking retomar alguns assuntos, de forma semelhante a anteriores, provocando uma monotonia, que depois de um tempo de leitura me deu a sensação de repetição de informação anterior. Contudo, já a meio do livro, vi essa repetição como forma de reforçar/ explicitar um pensamento/ideia, dada a complexidade dos temas abordados no livro. Para além disso, às vezes ficava perdida com todos os cálculos feitos, mas depois com as explicações e os exemplos feitos acabava por ficar mais esclarecida.
Neste livro, vê-se que temos algumas respostas a perguntas como a vida extraterrestre, a nossa sobrevivência no planeta, sendo que as que mais me surpreenderam foram talvez as relacionadas com a manipulação genética e inteligência artificial, porque realmente assustaram-me um pouco. Imaginemos a questão da manipulação genética: é realmente incrível quando isso pode servir para curar doenças, mas e, quando esta barreira for ultrapassada para criar super-humanos? E se toda a gente tiver acesso a isso? Irá ser criada uma nova espécie humana? E os dilemas morais e éticos? Mas no meio disto tudo e de todas estas perguntas na minha cabeça, vi que Hawking conseguiu responder a muitas delas pois virou a sua atenção para as questões mais urgentes que a humanidade está a enfrentar, neste seu último e apaixonante livro que escreveu.
Frases ditas por ele que me marcaram, foram sem dúvida: "O maior inimigo do conhecimento não é a ignorância, é a ilusão do conhecimento” e “as grandes conquistas da humanidade foram obtidas conversando e, as grandes falhas foram pela falta de diálogo”.
Por fim, acredito que este livro é uma derradeira obra de uma das mais brilhantes mentes da história do mundo, partilhando assim a sua perspetiva sobre as mudanças que todos nós, enquanto espécie humana do planeta terra, enfrentamos e, sobre que destino está reservado para o nosso planeta, e por isso, recomendo imenso a sua leitura.
Beatriz Meireles
Neil DeGrasse Tyson, Astrofísica Para Gente com Pressa
Lisboa: Gradiva, 2017
Os mistérios acerca do funcionamento do Universo e dos seus componentes sempre foram uma grande fonte de fascínio para a população em geral, mas a verdade é que o seu entendimento consegue ser bastante extenso e complicado, daí eu ter escolhido, no projeto “Ler Ciência”, apresentar o livro Astrofísica Para Gente Com Pressa, de Neil DeGrasse Tyson editado pela Gradiva.
Ao publicar este livro, Tyson tinha como objetivo dissecar o Cosmos e expor de uma forma clara e concisa as principais ideias por detrás do mesmo, abordando vários temas pertencentes à astrofísica e à cosmologia, que se estendem desde o Big-Bang até aos buracos negros e à matéria escura.
Ao longo da obra, é-nos possível sentir o esforço do autor para que todos os conceitos tratados, independentemente do seu nível de complexidade, sejam acessíveis a todos os leitores, não sendo esperado um alto nível de ensino ou conhecimento anterior por parte dos mesmos, sendo este um dos pontos mais positivos do livro. O mesmo é conseguido a partir do uso de uma linguagem simples, onde são usadas bastantes expressões populares, metáforas e comparações com o nosso dia-a-dia, e também de um tom coloquial e melífluo, que leva o leitor a sentir que está num diálogo com o autor acerca dos diversos temas.
Outro grande ponto a favor desta obra terá de ser a imparcialidade de Tyson ao longo da mesma. Dada a natureza do ramo da ciência em questão, grande pate do conhecimento é derivado de teorias, deixando assim bastante aberturas para discordâncias e diferenças de opinião o que muitas vezes leva à criação de “equipas” opostas (como por exemplo String Theory vs Loop Quantum Gravity). Esta ambiguidade não é de todo vista de forma negativa ao longo do livro, onde são apresentadas diferentes teorias acerca do mesmo tema, não existindo uma diferença de credibilidade por parte do autor entre as mesmas.
Dado o seu balanço ideal entre a simplicidade da escrita e a complexidade do conteúdo, recomendo a leitura deste livro não só aos interessados pelas áreas expostas anteriormente mas a todos os que se sentem intrigados pela imensidão de possibilidades que o Universo nos traz.
Guilherme Ferreira
Stephen Hawking, Breve História do Tempo