2012-02-01

dizer poesia fernando assis pacheco


Faria hoje 75 anos. Fernando Assis Pacheco, escritor e jornalista, nasceu em Coimbra em 1 de fevereiro de 1937 e morreu em Lisboa, à porta de uma livraria, em 30 de novembro de 1995. Escreveu, entre outros livros, Trabalhos e paixões de Benito Prada, saga de um galego (como o era o seu avô materno):
"Quando o Padeiro Velho de Casdemundo teve a certeza de que Manolo Cabra lhe desfeiteara a irmã, em dois segundos decidiu tudo. Nessa mesma noite matou-o de emboscada, arrastou o cadáver para o palheiro e foi acender o forno com umas vides que comprara para as empanadas da festa de San Bartolomé.
O irmão do meio encarregou-se de cortar a cabeça ao morto.
O Padeiro Velho amanhou-o e depois chamuscou-o bem chamuscado. Às duas da manhã untou o Cabra de alto a baixo com o tempero, enfiando-lhe um espeto pelas nalgas. Às cinco estava assado.
'Caramba', disse o irmão do meio, que admirava todas as invenções do mais velho, 'é à segoviana'!. 'Mas não lhe pões o dente', cortou o outro."
A sua poesia está reunida no livro Musa Irregular, de onde se pode ler este poema dito aqui por Jorge Silva Melo:

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