Sobre a gripe espanhola ou pneumónica um relatório de Ricardo Jorge, em 1918, refere que “não se oferece profilaxia efetiva e eficaz a exercer contra tal epidemia que não seja a higiene geral e assistência dos atacados preferentemente em hospital de isolamento” (O Comércio..., 25 set. 1918, p.1). Mais tarde, as feiras e os mercados foram proibidos e as escolas só iniciaram o ano letivo depois do dia 28 de novembro. Cada município foi dividido em zonas médicas e farmacêuticas, e as receitas nas farmácias eram grátis para os pobres. As farmácias funcionaram em horário alargado e deveriam estar fornecidas com os medicamentos necessários: aspirina, sais de quinino, de amónia e purgantes; cafeína, ampolas de óleo de cânfora, sementes de mostarda e de linhaça, entre outros. E às “pessoas caritativas e remediadas” era-lhes pedido que criassem “comissões de socorro” para “acudir aos necessitados” (O Comércio..., 1 out. 1918, p.2). Nesse ano não há referência ao uso de máscaras faciais por parte dos profissionais de saúde em Portugal; apenas uma notícia sobre São Francisco, na Califórnia, cujos “habitantes trazem umas máscaras apropriadas, tanto na rua, como nos estabelecimentos comerciais, para os preservarem dos efeitos dos micróbios do ar” (O Comércio..., 17 dez. 1918, p.1).»
Maria Antónia Pires de Almeida, As epidemias nas notícias em Portugal: cólera, peste, tifo, gripe e varíola, 1854-1918
In https://www.sanarmed.com/artigos-cientificos/as-epidemias-nas-noticias-em-portugal-colera-peste-tifo-gripe-e-variola-1854-1918 Consultado em março de 2021
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