O Outono
Já o Sol, Platero, começa a ter preguiça de sair dos seus lençóis, e os lavradores madrugam mais do que ele. É verdade que está nu e que faz frio.
Como sopra o norte! Olha, pelo chão, os galhos caídos; o vento é tão áspero e direito, que estão todos paralelos, apontados para o sul.
O arado vai, como tosca arma de guerra, para o labor alegre da paz, Platero; e, no largo caminho húmido, as árvores amarelas, certas de reverdecer, alumiam de um lado e outro, como suaves fogueiras de ouro claro, o nosso rápido caminhar.
Juan Ramón Jiménez, (tradução, José Bento), Platero e eu, Lisboa: Livros do Brasil, p.94.
Platero e eu (cota: 821.134.2-1) pode ser encontrado na estante da literatura espanhola da nossa biblioteca
Juan Ramón Jiménez (1881-1958) foi Prémio Nobel em 1956. Uma biografia do Autor pode ser lida aqui.
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