Mais textos ditos, para este dia mundial da poesia, umas mensagens abaixo.
Comemorando o Dia Mundial da Poesia (21 de março), partilhamos esta iniciativa da Wook
Maria do Rosário Pedreira lê Mário Cesariny, De profundis amamus
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Francisco Louçã lê Jorge de Sena, Ode Aos Livros Que Não Posso Comprar
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Manuela de Melo lê Rui Lage, Confissão Póstuma De Um Tal Que Traiu os Antepassados
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Luís Filipe Castro Mendes lê Nuno Júdice, O Trabalho Poético
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valter hugo mãe lê o seu poema alguns homens discutem
Fernando Assis Pacheco (1937-1995), poeta com a sua obra publicada em Musa irregular (ASA, 1991, 1996, 2.ªed) e no livro póstumo Respiração assistida (Assírio e Alvim, 2003), refere a pneumónica no seu romance Trabalhos e paixões de Benito Prada, um dos poucos romances portugueses onde se aborda a pandemia que grassou em Portugal em 1918-1919:
Nas férias da Páscoa a Tuna Académica de Coimbra foi tocar à Galiza, onde também morria gente com a pneumónica. Um tocador de bandolim veio doente, e porque o hospital estivesse cheio internaram-no numa enfermaria militar, mas durou dois dias e depois dele morreu o porta-estandarte, cujo pai, anti-sidonista, culpou as autoridades da cidade por não lerem com olhos de ler a portaria da Câmara de Lisboa que mandava queimar barricas de alcatrão nas ruas.
Fernando Assis Pacheco, Trabalhos e paixões de Benito Prada, Porto: ASA, 1993, p.103
Durante séculos o contágio das doenças fora defendido e apoiado pelos Estados quando estabeleceram as primeiras quarentenas. Porém, o século XIX viu surgir uma nova geração de cientistas que negaram o contágio das doenças, baseando-se na ineficácia das quarentenas e dos cordões sanitários (especialmente na altura da epidemia de cólera de 1832). Os cientistas defensores do “anticontagionismo” lutaram pela liberdade do indivíduo e do comércio, contra o despotismo e a reação. Verificou-se, assim, numa clara associação entre teorias anticontágio e interesses comerciais, que os governos do norte da Europa, mais liberais e progressistas, avançaram com políticas higienistas, abolindo quarentenas e cordões sanitários, enquanto os do sul da Europa, mais conservadores, mantiveram as práticas correspondentes à teoria do contágio. O Porto, uma cidade liberal, mercantil e em pleno desenvolvimento industrial e comercial, reagiu violentamente contra a autoridade da capital, que o obrigou ao cordão sanitário em todas as epidemias do século XIX. E os seus jornais, por lealdade política e dependência económica, fizeram sempre uma campanha forte e persistente contra as medidas autoritárias impostas pela capital.
Maria Antónia Pires de Almeida, As epidemias nas notícias em Portugal: cólera, peste, tifo, gripe e varíola, 1854-1918
In https://www.sanarmed.com/artigos-cientificos/as-epidemias-nas-noticias-em-portugal-colera-peste-tifo-gripe-e-variola-1854-1918 Consultado em março de 2021
Sobre a gripe espanhola ou pneumónica um relatório de Ricardo Jorge, em 1918, refere que “não se oferece profilaxia efetiva e eficaz a exercer contra tal epidemia que não seja a higiene geral e assistência dos atacados preferentemente em hospital de isolamento” (O Comércio..., 25 set. 1918, p.1). Mais tarde, as feiras e os mercados foram proibidos e as escolas só iniciaram o ano letivo depois do dia 28 de novembro. Cada município foi dividido em zonas médicas e farmacêuticas, e as receitas nas farmácias eram grátis para os pobres. As farmácias funcionaram em horário alargado e deveriam estar fornecidas com os medicamentos necessários: aspirina, sais de quinino, de amónia e purgantes; cafeína, ampolas de óleo de cânfora, sementes de mostarda e de linhaça, entre outros. E às “pessoas caritativas e remediadas” era-lhes pedido que criassem “comissões de socorro” para “acudir aos necessitados” (O Comércio..., 1 out. 1918, p.2). Nesse ano não há referência ao uso de máscaras faciais por parte dos profissionais de saúde em Portugal; apenas uma notícia sobre São Francisco, na Califórnia, cujos “habitantes trazem umas máscaras apropriadas, tanto na rua, como nos estabelecimentos comerciais, para os preservarem dos efeitos dos micróbios do ar” (O Comércio..., 17 dez. 1918, p.1).»
Maria Antónia Pires de Almeida, As epidemias nas notícias em Portugal: cólera, peste, tifo, gripe e varíola, 1854-1918
In https://www.sanarmed.com/artigos-cientificos/as-epidemias-nas-noticias-em-portugal-colera-peste-tifo-gripe-e-variola-1854-1918 Consultado em março de 2021
Passou um ano desde o primeiro caso de Covid-19 em Portugal.
Agora, voltamos a ver os casos a diminuir e a ter esperança num desconfinamento breve e seguro. Mais uma vez, sonhamos com o fim da pandemia, pelo que também valerá a pena ter presente a lição histórica sobre como procedem as pessoas em fins de pandemia. Jean Delumeau, voltamos a este autor, informa-nos das reações das comunidades em dois períodos diferentes da História:
Em Marselha, desde novembro de 1720, era uma verdadeira “mania”: «Não ficamos menos surpresos, naquele tempo, de ver uma quantidade de casamentos no povo […] O furor de casar-se era tão grande que um dos casados que não tivera a doença do tempo desposava muito bem sem dificuldade o outro cujo bubão mal se fechara; assim, viam-se muitos casamentos empestados».
No século XIV, no final da Peste Negra também parece que o medo rapidamente se esquecia, como dá notícia um contemporâneo:
Quando a epidemia, a pestilência e a mortalidade tinham cessado, os homens e as mulheres que restavam casavam-se sucessivamente. As mulheres sobreviventes tiveram um número extraordinário de filhos […] Ai! Dessa renovação do mundo, o mundo não saiu melhorado. Os homens foram depois ainda mais cúpidos e avaros, pois desejavam bem mais do que antes; tornados mais cúpidos, perdiam o repouso nas disputas, nos ardis, nas querelas e nos processos.
In Jean Delumeau, História do medo no Ocidente, 1300-1800 uma cidade sitiada, São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p.150
Os alunos do 11.ºAI do curso profissional de Apoio à Infância desenvolveram, na
disciplina de Psicologia, desde o início do ano, este mural, com a publicação de
vídeos, pequenas questões, imagens, nuvens de palavras que abordam
variados temas desde a Aprendizagem Social, a Discriminação, os Direitos
Humanos.