2015-12-16

montra da BE 2





Continuamos a apresentar os livros do projeto de leitura para o 10.ºano que acabámos de adquirir e que estão disponíveis na Biblioteca de Escola Secundária de Caneças


 Vitorino Nemésio, Vida e obra do infante D. Henrique, Texto, 2010


 

«Não se há de entender tanto por biografia pura e resenha de Feitos pessoais como por narrativa sumária da empresa histórica Portuguesa desenrolada na contemporaneidade do Infante e seus tempos mais próximos, e não menos historicamente projetada na sua figura.
Destinado a evocar a figura do Infante D. Henrique [...], este livrinho mantém-se nos naturais limites de simples narrativa. De biografia tem o indispensável para reerguer o herói na memória do comum dos portugueses nessa celebração. Enfeixando os acontecimentos de que o Infante é considerado centro e principal propulsor, não pretende ser completo, mas apenas complexivo, levando o relato aos feitos que integraram a ação henriquina e se protraem até cerca da morte de D. João II.»  Vitorino Nemésio (adaptado)



Lygia Fagundes Telles, Ciranda de pedra, Presença, 2008

 
Na magnífica casa de Natércio, que Virgínia visita semanalmente, há num recanto frondoso do jardim, uma fonte dentro de uma roda formada por cinco anões de pedra.
Ela efabula que essas cinco figuras são as suas irmãs, Bruna e Otávia e os amigos Afonso, Letícia e Conrado. Porém, Virgínia sente o peso da rejeição junto dessa família idealizada. Por isso, ao descobrir quem é o seu verdadeiro pai, após a morte trágica de Laura e Daniel, pede a Natércio que a deixe estudar em regime de internato. Voltará quase adulta para finalmente descobrir o que se oculta por detrás do mito familiar que cristalizou na imagem da ciranda dos anões de pedra. Este é o romance de estreia de Lygia Fagundes Telles (1944), autora agraciada com o Prémio Camões/2005.»





  
Cecília Meireles, Antologia Poética, Relógio d' Água, 2002





 «A escolha dos poemas para esta antologia, que foi publicada pela primeira vez após a sua morte, foi feita pela autora, que no prefácio afirma que havia procurado o essencial de cada um dos seus catorze livros. Esta edição portuguesa conta ainda com dois posfácios. Um, do poeta José Bento, um texto publicado na revista O Tempo e o Modo, pouco depois da morte de Cecília Meireles (e onde diz dela que “o seu segredo – como o de toda a grande poesia – é tão fundo como sedutora a voz com que chama quem se debruçar sobre os seus versos”), e um outro, de João Bénard da Costa, escrito no centenário do nascimento, onde escreve: Cecília Meireles não foi só um dos maiores poetas brasileiros do século passado. Foi um dos maiores poetas da língua portuguesa.»




Mathias Énard, Fala-lhes de batalhas, reis e elefantes, Dom Quixote, 2015



 
«Um encantador romance histórico do autor de Zona, vencedor dos
prémios Goncourt des lycéens e do Livro em Poitou-Charentes.
13 de Maio de 1506: ao desembarcar em Constantinopla a, Miguel
Ângelo sabe que enfrenta o poderio e a cólera de Júlio II, papa guerreiro
e mau pagador, para quem deixou preparada a edificação de um túmulo
em Roma. Mas como não havia de responder ao convite do sultão
Bayazid, que, depois de ter recusado os planos de Leonardo da Vinci, lhe
propõe a concepção de uma ponte sobre o Corno de Ouro? Assim
começa este romance, todo ele feito de alusões históricas, que se serve de um facto concreto para expor os mistérios daquela viagem. Perturbante como o encontro do homem do Renascimento com as belezas do mundo otomano, exato e cinzelado como uma peça de ourivesaria, este retrato do artista em pleno trabalho é também uma fascinante reflexão sobre o ato de criar e sobre o simbolismo de um gesto inacabado para a outra margem da civilização. É que, através da crónica dessas poucas semanas da História, Mathias Énard esboça uma geografia política cujas hesitações ainda hoje, passados cinco séculos, são igualmente sensíveis.»