2022-03-21

GASTÃO CRUZ - DIA MUNDIAL DA POESIA

Morreu um poeta no dia em que começa a primavera. 

De Gastão Cruz, que, em tempos idos, participou numa sessão na biblioteca da Secundária, guardamos o livro Poemas reunidos de que transcrevemos este, no Dia Mundial da Poesia:

 

Não cantes o meu nome em pleno dia

não movas os seus ásperos motivos

sob a luz dolorosa sob o som

da alegria

 

Não movas o meu nome sob as tuas

mãos molhadas do choro doutros dias

não retenhas as sílabas caídas

do meu nome da tua boca extinta

 

Não cantes o meu nome a primavera

já o ameaça hoje principia

a vida do meu nome não o cantes

com a tua alegria

Gastão Cruz, Poemas reunidos, Lisboa: Dom Quixote, 1999, p.173

2022-03-10

Às Avessas 44



 Desta vez, o jornal da Secundária não é um jornal feito pelos alunos, mas, seguramente, é feito com eles e para eles. A ler aqui, com necessidade de ampliar a imagem.

2022-03-08

A mulher passa na biblioteca

Transformar uma afirmação como ser mulher em conhecimento pode passar pelos livros.
É esse o propósito da mostra do nosso fundo documental sobre algumas áreas temáticas que pensam a condição feminina: o feminismo, os direitos das mulheres e a igualdade de género, informação histórica sobre a mulher, biografias de mulheres, histórias literárias de mulheres.
Em exposição na biblioteca até 26 de março.



 

Textos de opinião - desigualdade de género

No Dia Internacional da Mulher publicamos dois textos de alunas produzidos no âmbito da disciplina de Português. Obrigado pela partilha.


 Desigualdade de Género

 

Ao contrário do que uma grande quantidade de pessoas pensa, a desigualdade de género continua a ser predominante na nossa sociedade. Na verdade, mesmo sendo um assunto que afeta a vida de muitas pessoas, parece já ter sido “esquecido” por uma grande parte da população do mundo atual. De roupa a trabalho, de comportamentos a posturas, ainda podemos notar a diferença de reações perante certas situações, quando se trata de uma mulher e quando se trata de um homem.

Em anos passados, falava-se muito deste tema, designadamente, por exemplo, das diferenças de salários ou das desigualdades no ambiente familiar. Mas, e atualmente? Será que houve uma transformação tão acentuada, tendo em conta as diferenças de que se foi parando de falar? A minha resposta é não. Atualmente, estas desigualdades ainda estão presentes em todo o lado. No mundo do trabalho, ainda há, por exemplo, empresas que preferem contratar homens a mulheres, mesmo tendo exatamente as mesmas competências. E os salários? Ainda há diferença entre o que os homens e as mulheres recebem? Há. Em determinados países e em determinados empregos, há. Mas não é só no mundo do trabalho que existem estas diferenças, a verdade é que estão presentes em todo o lado: a filha tem que ficar em casa a lavar os pratos, mas o filho pode ir brincar com os amigos “lá fora”; a rapariga não pode sair de casa com calções porque estará a “chamar a atenção”, mas o rapaz pode vestir-se da maneira que quiser, sem ter reparos, entre muitos outros exemplos.

Em conclusão, obviamente que há casos e casos e há pessoas e pessoas. Todos sabemos que estes comportamentos discriminatórios são mais presentes em certas regiões do que noutras. Mas o facto de não ser toda a população a inferiorizar a mulher não quer dizer que não existam pessoas que o façam e que este problema não precise de mais atenção e de urgente resolução.

Patrícia Silva, n°21, 12°LH1.


A Desigualdade de Género no Mundo Atual

   Nos tempos que decorrem, presencia-se, evidentemente, uma clara diferença nas oportunidades e desafios enfrentados pelas mulheres e pelos homens. Estas diferenças devem-se a diversos fatores sociais, que defendem a ideia da superioridade masculina ao longo dos séculos.

   Em primeiro lugar, a desigualdade de género ainda está presente em diversos países do mundo, que se baseiam em ideais conservadores. Muitas mulheres, por exemplo, são forçadas a exercer o papel de dona de casa, e, deste modo, é-lhes privado qualquer direito de escolha acerca de um futuro que corresponda às suas capacidades e desejos. Ainda vale sublinhar a sua submissão forçada em relação ao seu marido, o dever de cumprir os afazeres domésticos e, em alguns casos, forçadas a ter e criar filhos. Exemplo destas situações é o quotidiano de quem vive em países que estão em desenvolvimento, designadamente de mulheres que se veem privadas de direitos básicos como a formação académica, a liberdade de escolha ou a liberdade de expressão.

   Em segundo lugar, é comum acreditar no completo sucesso do movimento feminista, no entanto, a disparidade entre classes sociais pode ser disfarçada ao passar uma falsa imagem ao público. Diversos artigos, blogues e jornais evidenciam os grandes progressos alcançados provenientes de manifestações e da luta contra o sexismo, negligenciando o facto de muitos direitos, como o direito à justiça, serem apenas aplicados a determinados grupos, normalmente pertencentes a classes mais favorecidas. Seguindo este raciocínio, empresas procuram, por exemplo, empregar um maior número de mulheres, revelando, aparentemente, a sua preocupação com a diversificação, mas atribuindo-lhes salários mais baixos que não correspondem ao trabalho realizado.

   Em virtude dos fatores mencionados, reafirma-se a ideia expressa no início do texto, a de que existe uma clara diferenciação quer nos direitos, quer nas oportunidades dadas às mulheres e aos homens. Assim, importa ressaltar os feitos e conquistas resultantes da força de vontade e determinação do sexo feminino, mas também alertar para o caminho a percorrer em países que não acompanharam este movimento e, ainda, a falsa imagem de uma sociedade totalmente justa.

 

Ana Sofia Alves Silva 12ºLH1 n.º4

2022-03-07

SER SOLIDÁRIO



 Estas são imagens da nossa biblioteca vistas do átrio de entrada da escola. Não se consegue chegar ao vidro tantos são os sacos com bens essenciais e roupa que a comunidade escolar entendeu dispor aos refugiados da Ucrânia, numa iniciativa da Associação de Estudantes.