De um apontamento de inspiração, Ricardo Barras, 10.º A
Ilha, Limácia Lima, 12.º CM
Limite, Jonathan Mané, 12.º CM
O poema que submetemos ao PNL foi o de Ricardo Barras que transcrevemos. Em breve, apresentaremos os outros dois.
De um apontamento de inspiração
As cortinas esvoaçavam
Dentro do meu quarto
Dentro de refrões que mascaravam
O meu aspecto magoado.
Pensei em fugir.
Pensei em esconder-me de tudo.
Pensei não existir.
Pensei desaparecer como fumo.
Pensei que não podia viver
Sem ter como me agarrar.
E lutar
Sem corpo para me erguer.
Pois que eu vivo mais,
A cada dia,
O tempo que passou,
Não mais viveria,
E espero mais alguém
Que eu possa amar também,
Espero ver um lume
Uma cara com saúde.
E ser braseiro.
E ser calor.
E ser a vida
E a alegria
E o jeito de viver
De alguém,
(Maior).
Que espalhe em mim
Tudo o que há em si
E me faça assim
Mais um pouco menos eu
Mais um pouco menos só.
Que me faça a mim
Um pouco mais o Universo,
Que me faça a mim,
Não um poema, mas um verso.
E que respire,
A sua emoção!
Que guarde em mim
A sua imagem
E o seu objecto
E que o meu dialecto
Seja apenas ternura e carinho
Como sempre tem sido
Para quem me tem vivido
Por mais que me custe
Morrer, no fim.
Porque morrendo vivo mais
E a morte me traz vida,
Se de amar ainda sou capaz,
Amarei, então.
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