Foi
o “Colóquio Alves Redol e as Ciências Sociais – a literatura e o real, os
processos e os agentes” que nos levou a pensar em Avieiros, um livro que fala
da “gente que vivia em barcos, pescando
ou vendendo melões ou melancias, segundo as épocas. Nómadas do rio, como os
ciganos na terra, tinham vindo da Praia da Vieira e faziam vida à parte:
chamavam-lhes avieiros.” (Alves Redol, prefácio à 6ª edição de Avieiros)
Quando,
ainda na adolescência, lemos o livro, fomos conduzidos pela emoção
proporcionada pelo sentido épico de um povo que, apesar da precariedade das
suas vidas, nunca deixou de lutar.
Hoje
temos consciência da pesquisa etnográfica que Redol fazia antes de escrever as
suas obras, procurando conhecer os hábitos, costumes e modos de vida daqueles
de quem falava. Daí não surpreender o interesse que suscita aos estudiosos das
ciências sociais.
Alves
Redol (1911-1969) é um dos escritores do movimento neorrealista que, em meados
do século XX, colocou o “povo” no centro da ação.
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