2013-10-12

Homenagem



Doeu, nesta ausência de publicação, a perda de dois vultos maiores da literatura portuguesa: Urbano Tavares Rodrigues e António Ramos Rosa. A estes escritores, profundamente humanistas, as nossas homenagens.



 Urbano Tavares Rodrigues por ele próprio:


"Boa parte da minha obra é projeção da minha vida. Não no sentido biográfico, mas naquele em que espelha preocupações, angústias, esperanças, formas de estar no mundo (...) As minhas grandes opções e as minhas grandes rejeições marcaram inegavelmente o que escrevi".
"Enfim, eu sou tudo isso: existencialista, até surrealista, realista social... E onírico"
"Mas, além de tudo isso, sou eu próprio: um escritor que tentou sempre escrever o seu livro, o seu grande livro, e achando que ainda não era aquele. Fui sempre escrevendo mais, com a preocupação de não me repetir"

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Um poema de António Ramos Rosa

[Não posso adiar o amor para outro século]
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
António Ramos Rosa, O Grito Claro, 1958



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