Alan Lightman, Os
Sonhos de Einstein, Edições Asa, 1994
Albert
Einstein foi um dos físicos mais emblemáticos de toda a História da Humanidade.
Criou a famosa Teoria da Relatividade, mudando para sempre a física que até aí se conhecia. Neste
livro são retratados, como se pode adivinhar, os seus sonhos: sonhos sobre a
concenção do tempo e a as implicações que essas várias conceções têm na
realidade. Cada capítulo traz-nos um novo dia, um novo sonho, uma nova
conceção, uma outra história recheada de exemplos que ajudam o leitor a
entender o que é o tempo.
Em primeiro lugar, devo referir que
todos estes sonhos são obra da imaginação do autor Alan Lightman. Quer o
cientista tenha tido ou não estes sonhos já é outra história, não existe pelo
menos algum facto no livro que nos prove esse facto. De seguida, devo também
mencionar que o livro não é uma abordagem científica sobre o que é o tempo.
Apenas apresenta ao leitor várias situações que poderiam, ou podem, ser a
realidade do tempo. Todos estes exemplos que o autor nos dá não chegam a ser
comparados com a teoria da relativade, a teoria que Einstein propôs a
representar a realidade, mas em vários destes sonhos podemos ver retratados
desta teoria, que poderão ser muito bem como o físico chegou à sua resposta.
Apesar de tudo isto, para além do seu caráter teórico, acho que a obra nos
apresenta bastante a realidade filosófica sobre o que era viver em certas
situações. A obra brilha mais no seu carácter filosófico, onde questiona as
várias conceções do tempo e o porquê de não funcionarem, a ligação da vida com
o tempo e qual a relação entre as duas, algo que obriga o leitor a pensar.
O que mais me impressionou nesta
obra foram as mensagens do autor sobre a nossa maneira de viver, sobre a
obsessão com o tempo, sobre a forma como vivemos as nossas vidas. É uma sorte
vivermos, porquê desperdiçar tempo a pensar no tempo, a correr para poupar uns
segundos que não importarão. Se calhar tudo isso está determinado, por isso,
tudo o que fazemos não tem significado, mas acabamos por fazê-lo na mesma,
porque não sabemos que estamos determinados. A obra ajuda o leitor a pensar de
mente aberta, sem rejeitar as várias hipóteses que apresenta, de forma
otimista.
Em
termos de escrita, o autor faz uso de uma escrita simples, poética até, mas
exageradamente descritiva e exemplificativa. Sem dúvida, todos os sonhos
necessitam de um, talvez mais exemplos para o leitor entender a sua aplicação
numa vida real. Contudo, as extensas descrições não ajudam o leitor a
concentrar-se no que é mais importante e muitas vezes os repetitivos exemplos
criam uma monotonia que deixaram, pelo menos a mim, perder algum interesse em
certas partes da obra. Esta tendência para o exagero de exemplos não se traduz
às vezes pela quantidade de exemplos mas pela extensão de alguns e aí dar-se-á
o problema contrário, é possível que, apenas com um exemplo, mesmo que extenso,
não se consiga perceber a conceção do tempo aí descrita.
Por
último, faço menção ao que penso ser, uma parte não essencial da obra. Claro,
percebo a função, mas poderia aparecer num diferente contexto, um não tão
forçado. Refiro-me à presença dos interlúdios, onde o autor fala um pouco sobre
a vida de Einstein, ainda novo, na presença de um seu amigo, Besso. Nestes
capítulos, nada de interessante ou novo nos é apresentado, apenas uma fatia da
vida de Einstein, na altura em que criou a sua teoria do tempo, daí a sua
aparição, mas que de qualquer forma, poderia aparecer com um pouco de
criatividade, talvez envolvendo o cientista na história em si.
Em
conclusão, Alan Lightman liga, através dos sonhos de um grande cientista,
teorias sobre a conceção do tempo à filosofia de vida e à realidade em si nesta
interessante e bem escrita obra. O livro ajuda o leitor a entender uma fração
de uma das teorias mais famosas de todos os tempos, a teoria da relatividade,
mesmo que o faça de forma dificilmente percetível para quem a conhece.
Diogo Cardoso
L. Sprague De Camp, Máquinas e Motores, Editorial VERBO
“Máquinas
e Motores”, é uma obra escrita por L. Sprague de Camp e
traduzida por Rodrigo Machado. Esta obra foi escrita na década de 60 e trata o
assunto dos motores, ou seja, as máquinas que fazem com que a humanidade
evolua.
Neste
livro é abordada numa fase inicial, um pouco da história das primeiras máquinas
e uma explicação do funcionamento destas. Após isto, são abordados por ordem
cronológica de desenvolvimento os diferentes tipos de motores e é apresentada
uma explicação detalhada das suas partes constituintes bem como do seu
funcionamento. São também referidas as diferentes utilizações para as quais
foram e são empregues até hoje estes motores e até alguns que mesmo na
atualidade ainda não se encontram muito estudados.
Devido
à sua idade, previsivelmente este já não é um livro muito atualizado, porém
possui muita informação que é útil para compreendermos as máquinas de hoje em
dia, como alguns conceitos que permaneceram imutáveis ao longo destes anos.
João Martins
Pedro G. Ferreira, Uma
Teoria Perfeita, Editorial Presença, 2014
A teoria da
relatividade ganhou vida própria e ao longo do século XX foi motivo de alegria
e frustração no seio da comunidade científica, e esteve no centro das mais importantes
batalhas intelectuais.
Compreender a teoria
da relatividade de Einstein é a chave para se compreender a origem do tempo e a
evolução do universo. A relatividade geral está no centro de grande parte da
investigação de Pedro Ferreira.
Com o tempo, o autor foi-se apercebendo de que a própria
história da relatividade geral é uma narrativa fascinante na qual o seu
percurso tão rico e cheio de descobertas e vicissitude se pode encontrar em Uma
Teoria Perfeita. E assim surgiu esta biografia da relatividade geral, que conta
a sua história magnífica e abrangente a qual não se restringe apenas ao meio
científico e académico, mas igualmente ao público em geral.
João Fernandes
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