João
Magueijo, Mais Rápido que a Luz
Lisboa: Gradiva, 2003 ‧ ISBN: 9789726629054
A minha escolha para o projeto “Ler
Ciência” foi o livro Mais Rápido que a Luz, escrito
pelo físico português João Magueijo e
distribuído pela Gradiva.
Esta minha escolha deveu-se a alguns
fatores, cada um com uma importância igualmente relevante. Primeiramente, o
autor deste livro é, como já foi dito, um físico português, e esse aspeto tem
para mim um interesse algo pessoal. João Magueijo representa para mim não só
uma meta, mas também uma fonte de inspiração; representa, de uma forma muito
simples, as pisadas que eu quero seguir. Além disso, o facto de a teoria aqui
apresentada neste livro ser uma das mais revolucionárias, quer seja em relação
ao que ela é per si, mas também por aquilo que ela pode representar para
o futuro da física, caso este venha a ser comprovada. Por isso, o interesse
pessoal aliado ao brilhantismo de Magueijo em pensar fora do convencional foram
as causas para a minha seleção deste livro.
Em relação ao que o livro nos
transmite durante toda a sua leitura, isto pode ser dividido em duas grandes
partes: a explicação do que é que a sua teoria consiste sem utilizar todos os
processos matemáticos complicados (e até morosos); e a história por trás dela,
o caminho que o autor teve de percorrer até a sua teoria ter “pés para andar”,
mas mais importante, a lição de que daí deve ser tirada. Falando da teoria
apresentada, esta dá pelo nome de VSL, Variable Speed of Light (ou
Velocidade da Luz Variável, em português), e de uma forma muito resumida, esta
dita que a velocidade da luz no universo primordial (nos instantes após ao Big
Bang) seria milhões de vezes maior àquilo que é nos dias de hoje. Isto
obviamente contradiz o segundo postulado de Einstein, ou seja, que a velocidade
da luz é invariável; mas vem resolver, embora de forma pouco ortodoxa, os
problemas cosmológicos que têm assombrado os astrónomos durante décadas, sendo
uma alternativa muito interessante à teoria da inflação. Além disso, João
Magueijo mostra-nos todo o seu percurso, desde a conceção inicial da ideia, até
aos vários problemas que teve enquanto a esteve a desenvolver, e todo o apoio
que teve quer da sua família, quer dos seus colegas ou amigos. Mas mais
importante, pelo menos na minha opinião, é a ideia principal que este físico
pretende transmitir com a sua história pessoal: não importa se as ideias que
saem das nossas cabeças estão certas ou erradas, a refutação de ideias é uma
parte intrínseca da ciência. O importante é sempre tentar alargar todo o
conhecimento humano, mesmo que para isso tenhamos quer ir pelo caminho menos
convencional e, por vezes, mais ostracizado pela comunidade científica, nunca
desistindo.
Eu recomendaria a todos que lessem
este livro, mesmo quem não tem a intenção de seguir por caminhos científicos. Por
um lado, quem possui interesses da ciência, principalmente da física, vai
encontrar nesta obra uma das mais peculiares teorias que existem, que põe em
causa muitos dos pilares da física moderna. Por outro, para quem não tem
interesses científicos deste género, ainda possui uma história de superação e
de persistência, que devia caracterizar todo o nosso quotidiano, e não somente
a investigação científica.
André Roldan
Recensão realizada no âmbito do projeto Ler Ciência, uma parceria entre a disciplina de Física do 12.º ano (turma CT3) e a biblioteca
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