2016-03-04

inauditas versões da inaudita guerra - Os inauditos quartos de final da liga NOS

Resultado de um trabalho proposto pelas professoras de Português aos alunos do 8.ºano sobre o conto de Mário de Carvalho A inaudita guerra da Avenida Gago Coutinho, apresentamos mais textos, desta vez, de alunos da turma D:



Os inauditos quartos de final da liga NOS
        Fim de tarde de 21 de dezembro de 2015. O centro de Lisboa vibrava. Era a segunda parte do Sporting x Porto para as semifinais no Alvalade XXI. O jogo estava empatado a zeros
            -Ora aí está uma oportunidade para o Porto. Jackson Martinez avança pela ala direita, fintou o defesa, pode cruzar, vai cruzar, cruzameeeeeeeento...!
            À mesma hora, a 4 de junho de 1148, as tropas da Almóada Ibn-el-Muftar tinham-se preparado, por uma espécie de vingança, para cercar Lixbuna. Centenas, se não milhares de homens, avançavam ao lado de um rio, uns a cavalo outros a pé, e já avistavam as muralhas da cidade quando, do nada, se levantaram os adeptos do Porto das cadeiras. Os soldados viram-se cercados por uma estrutura monstruosa, apinhada de gente de estranhas e coloridas vestimentas aos gritos, que andava numa planície de relva verdinha. Todos (árabes, adeptos, jogadores e seguranças da PROSEGUR) olhavam para tudo aquilo meio pasmados, quase paralisados.
            Perguntava-se Ali-ben-Yusuf, lugar-tenente de Muftar, que raio se passava ali, quando a bola do cabeceamento de André André lhe acertou em cheio no nariz. Primeiro ficou tonto, depois caiu esticado no chão.
            Logo após o ataque ao seu tenente, Muftar deu ordens aos seus seguidores, que partiram, a correr ou a cavalo, pelo campo de alfange em riste e dando gritos de guerra.
            Com isto, os adeptos, cumprindo a tradição, invadiram também o relvado, atirando camisolas ao ar e entoando cânticos leoninos e tripeiros muito bonitos. O único que não reagia era o brioso e experiente segurança-líder Gilberto, que ali estava a ver navios. Só quando levou um encontrão de um espetador que cambaleara bancada abaixo é que acordou e se lembrou que tinha de fazer alguma coisa. Pegou no rádio e comunicou aos colegas a ocorrência. Sem obter resposta, mudou a frequência e reportou o incidente à Polícia de Intervenção. Os agentes deram o último gole na cerveja e lá se puseram a milhas pela 2ª circular até ao estádio.
Chegando, rapidamente entraram no campo, todos equipados. O sargento Manuel Ribeiro foi o primeiro, e, com a sua alta capacidade de resolver este tipo de problemas, logo se escondeu atrás do banco do visitante. Os outros lá foram à bastonada a tudo e todos, sem grande resultado.
Ibn-el-Muftar avançava a cavalo para atacar um portista quando avistou Islam Slimani, ponta de lança do Sporting.
-“Que o meu pai não seja Muftar se aquele homem não é igualzinho a mim” – pensou o árabe.
Será um grande líder da baliza descendente de um outrora grande líder militar? Isso nunca se soube, visto que entretanto Clio acordou, desfez o nó e borrifou todos os participantes neste episódio com água do rio Letes. Assim, nem os árabes atacaram Lixbuna nem os adeptos e os polícias souberam o que faziam no meio do relvado nem o sargento Ribeiro soube o que fazia no banco de Lotopegui, ou Lopetegui. Quanto ao jogo, esse foi adiado por tempo indefinido, para que fosse limpo o estádio de Alvalade depois daquela confusão.
João Simões, n.º 21, 8ºD
 

Sem comentários:

Enviar um comentário