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2022-04-08

Uma pausa para o mar

Mar

 

Getty images

O manto d' água

um brilho sem fim

onde o rio desagua 

no início do fim


A luz que brilha

a escuridão que desaparece

de noite e de dia

até o mundo esquece


A Lua que ilumina

o Sol que cintila

clareando o universo maravilhoso:

um mundo misterioso


O ar frio

o vento que chia

como a  corrente do rio

durante o dia


Alguns têm tendência para amar

outros para odiar

e, o que será?

é o mar!


Luciana Gouveia e Sofia Saldanha, 9.ºE

2016-03-04

inauditas versões da inaudita guerra - sem título

Resultado de um trabalho proposto pelas professoras de Português aos alunos do 8.ºano sobre o conto de Mário de Carvalho A inaudita guerra da Avenida Gago Coutinho, apresentamos mais textos, desta vez, de alunos da turma D:



Estávamos no dia 2 de agosto de 1415, o dia em que decidimos, por curiosidade e interesse, embarcar numa viagem com data de partida mas sem uma chegada definida… Foi no dia em que nos despedimos de familiares e amigos e nos fizemos ao mar, instável e perigoso…

Já navegávamos há algumas horas, quando o paraíso azul foi invadido por um nevoeiro frio, húmido e envolvente que desapareceu tão rapidamente como tinha aparecido. Logo todos os marinheiros se olharam com expressões interrogativas e desesperadas, mas todo esse desespero foi substituído por expressões de surpresa ao ver terra, a grande, a insólita e temida terra.

A Nova Terra era-lhes familiar, ninguém sabia como nem porquê mas tinham regressado ao seu Portugal, que por sua vez estava diferente, e que para grande espanto dos marinheiros esta continha estruturas que se assemelhavam a casas e objetos metálicos parecidos com carruagens só que sem cavalo, com janelas e muito mais rápidos.

Espantados estavam também todas as pessoas que se encontravam no Terreiro do Paço no dia 3 de janeiro de 2015, pois não era todos os dias que se via um bando de pessoas com trajes demasiados formais e pormenorizados vindos sabe-se lá de onde a olharem feitos parvos para tudo e todos como se nunca tivessem saído de casa.

Logo rompeu uma assuada de ambos os lados, todos se fitavam admirados. Ouviu-se, de repente, alguém a dizer que devia ser para algum anúncio publicitário ou para os apanhados. Mas os navegadores decidiram não se deixar cativar com as vestes de cores apelativas ou com aquelas luzes saídas das caixinhas eletrónicas que eles seguravam perto do ouvido.

Porém, o insólito não durou muito tempo, pois, num abrir e fechar de olhos, tudo desapareceu, como se tivesse passado de um sonho… Esse sonho deveu-se a Clio. Esta musa ficara aborrecida pelo facto de, da última vez que tinha enleado dois fios, não ter estado acordada para ver o resultado. Assim decidiu voltar a entrelaçar duas datas e divertir-se um bocadinho com os seus efeitos dessa amálgama.

Sofia Figueiredo, n.º 29, 8ºD

inauditas versões da inaudita guerra - Os inauditos quartos de final da liga NOS

Resultado de um trabalho proposto pelas professoras de Português aos alunos do 8.ºano sobre o conto de Mário de Carvalho A inaudita guerra da Avenida Gago Coutinho, apresentamos mais textos, desta vez, de alunos da turma D:



Os inauditos quartos de final da liga NOS
        Fim de tarde de 21 de dezembro de 2015. O centro de Lisboa vibrava. Era a segunda parte do Sporting x Porto para as semifinais no Alvalade XXI. O jogo estava empatado a zeros
            -Ora aí está uma oportunidade para o Porto. Jackson Martinez avança pela ala direita, fintou o defesa, pode cruzar, vai cruzar, cruzameeeeeeeento...!
            À mesma hora, a 4 de junho de 1148, as tropas da Almóada Ibn-el-Muftar tinham-se preparado, por uma espécie de vingança, para cercar Lixbuna. Centenas, se não milhares de homens, avançavam ao lado de um rio, uns a cavalo outros a pé, e já avistavam as muralhas da cidade quando, do nada, se levantaram os adeptos do Porto das cadeiras. Os soldados viram-se cercados por uma estrutura monstruosa, apinhada de gente de estranhas e coloridas vestimentas aos gritos, que andava numa planície de relva verdinha. Todos (árabes, adeptos, jogadores e seguranças da PROSEGUR) olhavam para tudo aquilo meio pasmados, quase paralisados.
            Perguntava-se Ali-ben-Yusuf, lugar-tenente de Muftar, que raio se passava ali, quando a bola do cabeceamento de André André lhe acertou em cheio no nariz. Primeiro ficou tonto, depois caiu esticado no chão.
            Logo após o ataque ao seu tenente, Muftar deu ordens aos seus seguidores, que partiram, a correr ou a cavalo, pelo campo de alfange em riste e dando gritos de guerra.
            Com isto, os adeptos, cumprindo a tradição, invadiram também o relvado, atirando camisolas ao ar e entoando cânticos leoninos e tripeiros muito bonitos. O único que não reagia era o brioso e experiente segurança-líder Gilberto, que ali estava a ver navios. Só quando levou um encontrão de um espetador que cambaleara bancada abaixo é que acordou e se lembrou que tinha de fazer alguma coisa. Pegou no rádio e comunicou aos colegas a ocorrência. Sem obter resposta, mudou a frequência e reportou o incidente à Polícia de Intervenção. Os agentes deram o último gole na cerveja e lá se puseram a milhas pela 2ª circular até ao estádio.
Chegando, rapidamente entraram no campo, todos equipados. O sargento Manuel Ribeiro foi o primeiro, e, com a sua alta capacidade de resolver este tipo de problemas, logo se escondeu atrás do banco do visitante. Os outros lá foram à bastonada a tudo e todos, sem grande resultado.
Ibn-el-Muftar avançava a cavalo para atacar um portista quando avistou Islam Slimani, ponta de lança do Sporting.
-“Que o meu pai não seja Muftar se aquele homem não é igualzinho a mim” – pensou o árabe.
Será um grande líder da baliza descendente de um outrora grande líder militar? Isso nunca se soube, visto que entretanto Clio acordou, desfez o nó e borrifou todos os participantes neste episódio com água do rio Letes. Assim, nem os árabes atacaram Lixbuna nem os adeptos e os polícias souberam o que faziam no meio do relvado nem o sargento Ribeiro soube o que fazia no banco de Lotopegui, ou Lopetegui. Quanto ao jogo, esse foi adiado por tempo indefinido, para que fosse limpo o estádio de Alvalade depois daquela confusão.
João Simões, n.º 21, 8ºD
 

inauditas versões da inaudita guerra - Um futuro sombrio

Resultado de um trabalho proposto pelas professoras de Português aos alunos do 8.ºano sobre o conto de Mário de Carvalho A inaudita guerra da Avenida Gago Coutinho, apresentamos mais textos, desta vez, de alunos da turma D:




Um futuro sombrio



Era apenas um dia normal na vida de marginal que José levava... Acordou tarde, vestiu a roupa mais reles que encontrou, puxou as calças o mais que pôde e seguiu para a cozinha, onde a mãe se encontrava. A D. Alzira perdera o marido tinha o Zé dois anos e, desde então, bebia cada vez mais e mais, sendo, portanto, uma pessoa muito instável. Mas voltando ao José, entrou na cozinha sem dirigir uma palavra à sua mãe, que lhe disse:

-Já viste as horas que são, José? Que mal fiz eu para ter um filho que não passa do oitavo ano?!

-Mãe, não me maces! Não estou para isso...- retribuiu ele, virando-lhe as costas e fazendo com que a porta batesse e ecoasse de maneira a que uma pessoa se sentisse ainda mais sozinha.

José chegou, finalmente, à escola, na Cova da Moura. Entrou na sala e cumprimentou os seus amigos um a um e sentou-se. Agora a principal tarefa era irritar a professora o mais possível e estar fora dali com o seu gangue daí a mais ou menos dez minutos.

Ele não vacilou e o plano não falhou, aliás nunca falha… Eles conseguem sempre. Eram quatro rapazes, cada um mais ordinário que o outro. E, para não variar, nesse dia, fugiram para o lado mais obscuro do bairro e foram fazer o óbvio. Porém arriscaram ainda mais, enrolaram uma das drogas mais alucinogénicas que a Cova da Moura alguma vez viu, pouco depois estavam cada um encostado para seu canto, com caras completamente desfiguradas, começara o êxtase dentro das suas mentes, a alucinação…

O José acordava para mais um dia, vestira-se, passara pela cozinha e aí começaram as mudanças... D. Alzira já não se encontrava mais sentada em frente à televisão com uma garrafa de vinho na mão, agora apenas via dezenas de garrafas vazias por toda a casa, umas no velho sofá, outras no móvel da televisão, garrafas por todo o lado... Depois de observar o horrível panorama por alguns instantes, correu a casa inteira à procura da mãe. Por último, passou pela casa de banho e constatou que ela também não se encontrava lá, à saída, reparou no seu reflexo no espelho e, espantado, apercebeu-se de que os anos passaram por ele como um atleta...

Assustado, saiu porta fora, deu-se conta de que o dia estava ainda mais cinzento que o normal, a Cova da Moura estava ainda mais triste que o normal, tudo estava pior que habitual. Já não se viam crianças a jogar à bola no meio da rua, já não se viam vizinhas a falar e a cuscar sobre a vida de tudo e de todos...

Uma suave brisa fez José deslizar o olhar por toda a rua e lá no fundo avistou alguém. Correu para junto do senhor e apercebeu-se de que era o cego lá do bairro, mas, mesmo assim não resistiu a perguntar-lhe para onde tinha ido toda a gente.

- Para onde foram não vi, mas garanto-te... garanto-te que nem este pobre bairro nem o mundo viram tanta escuridão como a que os próprios criaram! – respondeu ele.

Sinceramente não sei se alguma coisa mudou quando José recuperou, não sei se tomou conta da sua vida, se prosseguiu no caminho que ele considerou ser o melhor para a viver... Apenas sei que este foi dos únicos episódios que José guardou das suas viagens descomunais.

Alexandra Frazão, n.º1, 8.ºD



 

2016-01-29

textos dos nossos alunos 3



continuando a publicar trabalhos de alunos:

de José Afonso, 17, 8.º G





Versão poética do conto “A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho”


 

Cruzaram-se os séculos XII e XX

E uma confusão se gerou.

Clio, a musa História

Adormeceu e a acordar demorou.



O agente da PSP foi um dos primeiros a observar.

Os automobilistas espantados ficaram,

Com barulhos ensurdecedores

No meio da avenida todos pararam.



Na Avenida Gago Coutinho,

Uma grande balbúrdia ocorreu.

Ibn-el-Muftar perplexo ficou,

Pensando num castigo que Alá lhe deu.



El-Muftar cofiava a sua barbicha,

E ajeitava o belo turbante

Pensava, com ar perspicaz,

Em Alá, o brilhante.



Manuel Reis Tobias, agente da PSP,

Sem saber o que ali se passaria

Contatou o posto de comando,

Para saber se alguém lá iria.



Manuel da Silva Lopes

Lançou a confusão,

Apeou-se do seu irritante camião

E arremessou um calhau ao broquel de Mamud.





Desta reação,

Os árabes não gostaram

Com uma saraivada de setas

Seu descontentamento anunciaram.



O Comissário Nunes,

Recém-chegado ao local

Ficou em estado de choque,

Pois interpretou tudo mal.



Ibn-el-Muftar

Estava deveras irritado.

Havia um grande pandemónio

Que fez com que o seu “fato” ficasse estragado.



O nosso árabe valente,

Pensativo ficou

Com os peões de escudo à sua frente,

Em Ibn-Arrik logo pensou.



Os cavaleiros bérberes

Logo os peões enfrentaram.

Danificando os automóveis,

Dos militares se aproximaram.



O Comissário Nunes,

À frente dos pelotões de choque,

Quis acabar com aquela confusão

Pelo que mandou varrer todos com um bastão.



Entretanto, fugiu para a Cervejaria Munique,

Onde se escondeu atrás do balcão:

Ou era medricas

Ou estava em grande aflição.



Vieram as tropas do Ralis,

E também a Escola Prática Militar

Com ordens para seguir,

Ali no Lumiar.



As tropas do Ralis,

Ficaram encurraladas com camiões TIR

Grande sorte não tiveram,

Pois não puderam intervir.



Com o Capitão Aurélio,

Os acontecimentos foram diferentes.

De facto teve muita sorte,

À frente da sua Companhia de Intendentes.



Ele, trazendo instruções para proceder,

E em conformidade agir,

Apenas pensava nos seus militares

Em trabalhar sem se divertir.



Quando as duas tropas estavam,

Preparadas para se enfrentar

Eis que a deusa Clio acordou,

Tentando logo a situação remediar.



Com borrifos do rio do esquecimento,

Todos tiveram de levar

Para se esquecerem do sucedido,

Foi a solução que Clio conseguiu arranjar.



Pelo erro cometido,

Clio um castigo levou:

De quatrocentos anos

Privada de ambrósia ficou.