2016-04-16

Refugiados




A polémica questão dos refugiados
  
 A polémica que envolve o acolhimento dos refugiados sírios já é assunto corrente no quotidiano mundial. O problema assenta sobre a insegurança humana, sobre o receio iminente ao nosso instinto de sobrevivência. Afinal, de que forma será esta situação sustentável, quer a nível económico, quer a nível social? De que forma poderemos ter a certeza de que isto não se resume tudo a uma jogada política – uma espécie moderna de cavalo de Tróia?
    Um dos argumentos mais frequentemente utilizados, contra o acolhimento dos refugiados, varia subtilmente mas pode ser em suma retratado do seguinte modo: “Eles fazem atentados terroristas, matam milhares de inocentes… e nós ainda temos de lhes dar pão e cama?!” Primeiramente, interessa apurar quem são “Eles”. Falamos de talibãs e jihadistas, fanáticos religiosos, não dos que querem fugir destes. “Eles” não arriscam a vida para fugir de guerra nenhuma. Essas pessoas são as que, efetivamente, fazem a guerra. Os que vêm a pé ou quase morrem afogados no Mediterrâneo temem precisamente a mesma ameaça que nós. Já alguém parou para refletir acerca das razões que levam as pessoas a arriscarem a sua vida deste modo?
O país de origem dos que procuram apoio por parte da Europa foi reduzido a destroços. Na Síria, explodem-se homens diariamente, há tiroteios sucessivos… Os atentados não acontecem somente em capitais emblemáticas da cultura ocidental. Eu sou portuguesa e adoro o meu país, não obstante não tenho a certeza se quereria assistir à sua ruína, sabendo que a minha vida e a dos que me são queridos estaria permanentemente em risco.
    Resta-nos analisar o argumento religioso, que tão frequentemente ouço em contexto popular: “Os Muçulmanos são todos terroristas!” O Islamismo é nada mais do que uma religião e cada um é livre de ter a sua: Existem Budistas, Católicos, Evangélicos… Será correto afirmar que o fanatismo religioso é um problema exclusivamente muçulmano? De facto, a Igreja católica tem a memória curta… De meados do século XVI a finais do século XVIII, milhares de pessoas perderam a sua vida e foram inclusivamente torturadas, sob a acusação absurda que recaía somente sobre disparidade ideal de domínio religioso. Se não acusamos todos os crentes de religião católica de homicídio, porque será que assumimos que todos os muçulmanos haverão de ser membros de um grupo terrorista?
    O problema da sociedade recai justamente sobre os seus argumentos por generalização. Estamos a discutir o futuro de vidas humanas. Em teoria, não é isso que deve integrar o topo de uma cadeia de valores? Vivemos entre os homens, ajudemos os homens!

Bárbara Rebocho,11.ºSE1 

Sem comentários:

Enviar um comentário