A polémica
questão dos refugiados
A polémica que envolve o acolhimento dos
refugiados sírios já é assunto corrente no quotidiano mundial. O problema
assenta sobre a insegurança humana, sobre o receio iminente ao nosso instinto
de sobrevivência. Afinal, de que forma será esta situação sustentável, quer a
nível económico, quer a nível social? De que forma poderemos ter a certeza de
que isto não se resume tudo a uma jogada política – uma espécie moderna de
cavalo de Tróia?
Um dos argumentos mais frequentemente
utilizados, contra o acolhimento dos refugiados, varia subtilmente mas pode ser
em suma retratado do seguinte modo: “Eles fazem atentados terroristas, matam
milhares de inocentes… e nós ainda temos de lhes dar pão e cama?!”
Primeiramente, interessa apurar quem são “Eles”. Falamos de talibãs e
jihadistas, fanáticos religiosos, não dos que querem fugir destes. “Eles” não
arriscam a vida para fugir de guerra nenhuma. Essas pessoas são as que,
efetivamente, fazem a guerra. Os que vêm a pé ou quase morrem afogados no
Mediterrâneo temem precisamente a mesma ameaça que nós. Já alguém parou para
refletir acerca das razões que levam as pessoas a arriscarem a sua vida deste
modo?
O país de origem dos
que procuram apoio por parte da Europa foi reduzido a destroços. Na Síria,
explodem-se homens diariamente, há tiroteios sucessivos… Os atentados não
acontecem somente em capitais emblemáticas da cultura ocidental. Eu sou
portuguesa e adoro o meu país, não obstante não tenho a certeza se quereria
assistir à sua ruína, sabendo que a minha vida e a dos que me são queridos
estaria permanentemente em risco.
Resta-nos analisar o argumento religioso,
que tão frequentemente ouço em contexto popular: “Os Muçulmanos são todos
terroristas!” O Islamismo é nada mais do que uma religião e cada um é livre de
ter a sua: Existem Budistas, Católicos, Evangélicos… Será correto afirmar que o
fanatismo religioso é um problema exclusivamente muçulmano? De facto, a Igreja
católica tem a memória curta… De meados do século XVI a finais do século XVIII,
milhares de pessoas perderam a sua vida e foram inclusivamente torturadas, sob
a acusação absurda que recaía somente sobre disparidade ideal de domínio
religioso. Se não acusamos todos os crentes de religião católica de homicídio,
porque será que assumimos que todos os muçulmanos haverão de ser membros de um
grupo terrorista?
O problema da sociedade recai justamente sobre
os seus argumentos por generalização. Estamos a discutir o futuro de vidas
humanas. Em teoria, não é isso que deve integrar o topo de uma cadeia de
valores? Vivemos entre os homens, ajudemos os homens!
Bárbara Rebocho,11.ºSE1
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