Estão definidos os representantes da escola à fase concelhia do Concurso Nacional de Leitura.
Do 3.º ciclo estão apuradas as alunas Carolina Trindade, do 9.ºD e Maria Inês Tavares, do 8.ºB, do Secundário, Maria Rosa e Raquel Carvalho, do 12.ºCT1.
Parabéns a todos os participantes
Na prova do Secundário, convidámos os alunos a ler o romance Alma de Manuel Alegre e, dos textos de apreciação crítica escritos no âmbito da prova realizada, não queremos deixar de partilhar alguns dos textos produzidos.
São textos escritos em condição de teste, com limitação de tempo e de espaço (200 a 250 palavras), que nos convidam à leitura de Alma:
1.
Alma, de Manuel
Alegre, é uma obra portuguesa. É portuguesa porque é simples, objetiva,
emocional, carregada de tradição e de profunda saudade. Essa foi a principal
razão para ter gostado tanto desta obra. Considero que o autor foi extremamente
fiel à história portuguesa e à alma de Portugal, certamente não será
coincidência a origem do título da obra.
Achei também muito cativante a forma como Manuel Alegre
desenvolve o seu discurso, de forma tão fluída, objetiva e clara e que faz o
leitor sentir-se como alguém que é a ele íntimo, alguém próximo, alguém da
família. Outro aspeto que também me despertou fascínio foi a maneira de como o
“Portugal governado por Salazar” não é representado como enfraquecido, sem
esperança e triste, mas, pelo contrário, como um Portugal em desenvolvimento,
prestes a renascer.
Para concluir, penso que o livro escolhido para o Concurso
Nacional de Leitura foi uma excelente escolha porque foi uma escolha
irreverente e arriscada (porque era diferente de tudo aquilo que a escola alguma
vez me apresentou) e, por outro lado, porque revive uma parte nos alunos que
muitas vezes não é trabalhada, o carinho pela família e pelas origens, o
orgulho em ser português e em ser criança.
Maria Rosa
12.º CT1
2.
Nesta obra de Manuel Alegre, Alma, podemos encontrar um exemplo de
como seria o quotidiano de uma família portuguesa durante a ditadura de Salazar
(1933-1968).
No decorrer da obra, Manuel
Alegre aborda diversos aspetos característicos do dia a dia da população
portuguesa durante este período da História portuguesa nomeadamente a pobreza,
os conflitos entre “Situação” e “Oposição” e certos aspetos de cariz sexual.
A pobreza é descrita mais ao
pormenor em contexto escolar, onde o narrador (Duarte de Faria) analisa certas
características como a forma de se vestirem, quando repara que mais de metade
da turma usa um tipo de calçado improvisado ou até mesmo sem calçado
absolutamente nenhum. Também repara na situação de Júlio que, apesar de ser o
melhor aluno, não pode prosseguir estudos por ser pobre.
Os conflitos entre a “Situação” e
a “Oposição” demonstram com algum realismo a forma como muitas vezes a ditadura
quebrava a união entre as pessoas da vila e até mesmo entre as próprias
famílias, que o narrador exemplifica com a sua.
Por fim, Manuel Alegre, na voz de
Duarte de Faria, descreve como seria a vida sexual de um adolescente da altura.
Apesar de ser um aspeto importante, se eu fosse Manuel Alegre não teria
incluído este assunto na obra.
Em suma, o livro é uma obra com
qualidade e um retrato perfeito de uma família desta época porque aborda
diversos temas fundamentais para a compreensão do quotidiano das famílias como
estes e outros não referidos anteriormente.
João Saldanha
10.º CT4
3.
Pode dizer-se que Alma, de Manuel Alegre, é muito diferente
do que é considerado comum, normal e até mesmo cliché em muitas outras obras literárias.
Sem quaisquer rodeios e com um
grande senso de humor, o autor construiu o narrador e todas as outras
personagens com cuidado e detalhe, tomando cada uma destas única e especial,
com o seu próprio encanto. A própria localidade onde decorre todo o enredo,
Alma, tornou-se num espaço muito claro, nítido e fácil de visualizar graças ao
leque variado de pormenores dados a conhecer aos leitores, quase como se
fôssemos também habitantes desta localidade mais escondida e pacata.
A entusiasmante aventura de
conhecer Alma transformou-se também em algo cada vez mais animado e
interessante, por ser descrito, aos olhos do narrador, o jovem Duarte, que era
tão endiabrado, energético, inteligente e pronto para conhecer o mundo e o que
este lhe iria trazer. Os seus amigos, os seus familiares, professores – e até
conhecidos somente de vista –, todos esses contribuíram para a infância mais
audaz e incomum do narrador.
Assim, este livro, esta história
tão especial e interessante, que decorre aos olhos de uma criança fascinada
pela vida, permite-nos experienciar momentos únicos com os quais talvez nunca
nos tenhamos deparado na vida real. Este é um óptimo livro que revela também a
importância da amizade e da família.
Raquel Carvalho
12.ºCT1
4.
Com a leitura da obra Alma, de Manuel Alegre, pude perceber
finalmente a infância dos meus pais. Achei o livro bastante interessante porque
me permitiu ver como se vivia antigamente e também porque vejo que muita coisa
mudou comparando com a atualidade. Não sou uma grande leitora, mas, na minha
opinião, este livro é muito bom para as crianças que hoje vivem num mundo
tecnológico verem como as pessoas eram felizes com coisas simples.
À medida que fui lendo o livro
lembrava-me das histórias que o meu pai me contava que vivenciara na infância.
Como no livro, o meu pai ia muitas vezes aos jogos de futebol com o meu avô e
também caçava melros e pardais. Apenas com a leitura deste livro pude perceber
o que o meu pai me contava.
Um detalhe de que gostei bastante
foi o facto do autor no livro se chamar Duarte e não Manuel, e também a forma
pormenorizada como descreveu a sua infância o que fez com que conseguisse
imaginar a história na minha cabeça como se estivesse lá.
Penso que esta obra foi muito bem
conseguida e gostei bastante de lê-la e acho que as pessoas que viveram nesta
época iriam gostar bastante de ler este livro.
Beatriz Ferreira
10.º CT4
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