2020-03-20

Poemas da emergência 4 - Nuno Júdice

A um desafio de António Carlos Cortez vários escritores têm estado a escrever, e a colocar no facebook, poemas e letras de fados que refletem o momento que estamos a viver. Alguns dos textos desta desgarrada poética que estamos a partilhar no nosso blogue podem carecer de revisão, mas merecem leitura desde já.
Boas leituras com estes fados do tempo de hoje.




A NOVA MARIQUINHAS
Esta doença bizarra
Assustou a Mariquinhas
Tem uma grossa samarra
Janelas com tabuinhas
Já não vive com amigas
E a culpa é deste galo
Já se acabou o regalo
Pôs na rua as raparigas.
Para não ser diferente
Faz coisas que nunca fez
Usa máscara na frente
Gel da loja do chinês.
Chora as muitas, coitadinhas
Que andam sem luvas na mão
Não seguem a prevenção
Que lhes deu a Mariquinhas
E não cai em tentação
Em vez da cama um móvel
Onde está o telemóvel
Caso lhe venha um febrão.
Já não passam as vizinhas
Está tudo em emergência
Mas não lhe falta assistência
Comprou ovos e galinhas.

Nuno Júdice

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